terça-feira, 22 de outubro de 2013

A verdadeira München..

Olá! Ontem, resultado da insônia pós começo do horário de verão, assisti até o final ao programa “O Mundo segundo os Brasileiros”, da Band. Aliás, se você não tem o costume de ver, não sabe o que está perdendo! O programa passa toda segunda-feira, depois do CQC (lá por 00h30), e cada episódio fala sobre uma cidade do planeta, apresentada por brasileiros que moram lá há certo tempo. D-E-M-A-I-S! Ontem, a personagem principal era Munique, a parada seguinte do nosso mochilão. Então, achei que era digno atualizar aqui, já que as lembranças ficaram ainda mais vivas!


Antes de chegar a Munique propriamente dita, preciso recordar os momentos de pânico/terror/desespero no trem. Sei que já contei esta história anteriormente, mas vou compartilhar mais uma vez só pra deixar este post completinho. De Veneza para Munique pegamos um trem noturno, assim economizamos uma diária de hotel/albergue e não perdemos tempo com uma viagem longa. Só que eu havia comprado dois tickets em poltronas reclináveis aqui no Brasil, lindas e espaçosas, e vocês não tem noção do meu desespero quando o cara que estava recolhendo os bilhetes apontou para uma cabine minúscula com SEIS camas (leia-se, dois triliches) mega apertadas e pouquíssimo espaço para as malas. O Fiora ficou esperando com as malas do lado de fora, enquanto eu fui desbravar o espaço e voltei com uma cara de pânico, sabendo que a viagem seria horrível, mas sem desconfiar que tudo podia piorar. OK, respiramos fundo, embarcamos, demos um jeito (não faço ideia como) de acomodar as malas, cumprimentamos os dois alemães e as duas chinesas que já estavam lindamente acomodados nas camas de baixo, e estava planejando a viagem - vou passar a noite sentada no corredor -, quando o cara avisa que todos precisam ficar na cabine e as portas serão fechadas (NÃÃÃOOO). Detalhe: todas as pessoas estavam de pijama, tapa olho, chinelo, com toalha e escova de dente em mãos, claramente preparadas para uma viagem noturna. Eu e o Fiora estávamos suados depois de um dia inteiro em Veneza debaixo daquele sol, não fazíamos ideia de onde havíamos largado a escova de dente, e muitos menos o pijama, no nosso super esquema para acomodar as malas. Tudo bem, o trem estava partindo, subimos na última cama do triliche, respiramos fundo e o cara fechou a porta! O Fiora dormiu, claro, e eu tentei me concentrar nos joguinhos do iPhone para não ter um ataque claustrofóbico naquele local. E assim passou a noite, entre cochilos, jogos e uma parada de 1h no meio do nada para acoplar outro trem atrás do nosso, quando chegamos (vivos, obrigada) à Alemanha! Sei que passei o resto da viagem rezando para os próximos dois trens noturnos não serem iguais àquele, pq né... ninguém merece!!

O albergue em Munique também merece um parágrafo à parte, simplesmente porque ele é demais!!! De todos os albergues que ficamos, este foi, disparado, o melhor. Os quartos eram mega espaçosos e limpos, muito bem localizado, cada hóspede só tinha acesso ao seu andar por cartão magnético, o pessoal era muito simpático e prestativo, e tinha uma área comum irada, com bar, internet, vários puffs gigantes e sofás. Recomendo demais esta rede – Wombats!


Quando montamos o roteiro do mochilão, queríamos muito visitar a Alemanha. Como Berlim era longe e ficava mais complicado chegar até lá, deixamos a capital alemã para a próxima e optamos por Munique, no meio do caminho entre Veneza e Amsterdam.

Achei a Alemanha muito parecida com a Inglaterra em termos de organização, limpeza e educação das pessoas. Para vocês terem ideia, uma tarde estávamos esperando para atravessar a rua e o sinal de pedestre estava fechado ainda, mas como não tinha nenhum carro vindo e uma pessoa atravessou, fizemos o mesmo. Percebi que algumas pessoas começaram a falar algo em alemão atrás da gente, mas como não estava entendendo nada, deixei pra lá e continuei andando. Até que uma policial puxou meu braço com tudo e começou a falar várias coisas, enquanto olhávamos pra ela com cara de idiotas, já imaginando como explicar pra todo mundo que havíamos sido deportados por algum motivo idiota. Até que ela percebeu que não falávamos alemão e partiu para o inglês, ponto pra ela! Resumindo, não podíamos ter atravessado a rua sem o sinal de pedestres ter aberto... além do sermão, ela encerrou o monólogo com “no Brasil existem sinaleiros???”.

Outra coisa que chamou muito a atenção foi o metrô da cidade, enquanto alguns são super modernos, outros são mais antigos, mas mesmo assim muito bem conservados. Além disso, em alguns pontos, não existe nenhum controle do pagamento da passagem, ou seja, você pode embarcar sem pagar o ticket se quiser, mais uma prova da educação e honestidade dos alemães. Falando nisso, o sistema de transporte deles é muito bom e o maior exemplo disso é a ligação até o Allianz Arena, o estádio oficial dos times TSV 1860 Munique e Bayern de Munique, onde aconteceu a abertura da Copa de 2006. Com capacidade para mais de 70 mil pessoas, o estádio é bem longe do centro, mas tem uma linha de metrô que chega do lado dele. Imaginamos que seria uma viagem mega demorada, mas ficamos impressionados com a rapidez do trajeto e a pontualidade do metrô. O Allianz Arena é um espetáculo à parte: grandioso, moderno e extremamente bonito! Vale muito a visita (eles têm visita guiada para conhecer o campo, os camarotes, vestiários, etc). Uma curiosidade interessante é que o estádio muda de cor de acordo com o mandante do jogo: vermelho para o Bayern Munique, azul para o Munique 1860 e branco com a Seleção Alemã de Futebol. Muito legal! Ah! Tem que cuidar porque, pelo menos naquela época, tinha apenas uma visita guiada em inglês por dia.


Preciso contar uma coisa muito engraçada que aconteceu durante a visita: estávamos esperando o nosso passeio guiado, mas o pessoal só falava alemão e não entendíamos nada. Até que, de repente, reuniu um monte de gente na nossa frente e deduzimos (errado, claro!) que era nosso grupo. Levantamos correndo e fomos atrás deles, quando nos demos conta que estávamos saindo do estádio e indo embora hahahahaha voltamos correndo pra sala de espera e estava vazia, ou seja, nossa visita verdadeira também já tinha iniciado. Até que uma moça percebeu que estávamos perdidos e nos colocou na sala de projeção, onde todos já estavam sentados acompanhando um vídeo institucional. Não conseguíamos parar de rir e a guia olhando de cara feia pra gente!


Outro lugar que vale muito a pena conhecer é o espaço onde aconteceram os Jogos Olímpicos de 1972. Levando em consideração que tudo foi construído na década de 70, a estrutura é muito moderna, arborizada e usada até hoje por esportistas. Lá dentro tem um Aquário Sea Life e super pertinho fica um espaço da BMW, com museu e exposição de carros.


Outra coisa interessante da Alemanha são os chamados Beer Gardens, espaços onde as pessoas se reúnem para tomar cerveja (ah vá) e comer comidas típicas. Há várias mesinhas, muitas árvores e barraquinhas com produtos típicos e vários tipos de cerveja, muito legal! Passamos por dois, um deles bem no centro da cidade e outro dentro de um parque bem famoso de Munique, o Englischer Garten, considerado o oásis do lazer por lá. Com certeza vale a parada para conhecer um pouco mais da cultura alemã.



Visitamos também o local onde acontece a Oktoberfest, claro que estava vazio, afinal, era junho, mas deu pra ter ideia do tamanho do espaço.



Outra parada obrigatória em Munique é a Marienplatz, considerada uma das praças mais bonitas da Alemanha, onde fica a antiga prefeitura da cidade. Neste prédio histórico, em algumas horas do dia, tem o famoso toque dos sinos, que reúne sempre uma multidão para acompanhar. Ali perto também fica a igreja mais famosa da cidade e outros símbolos de Munique, além de várias lojas de grife e restaurantes típicos.


Uma noite, estávamos felizes da vida com um balde de frango e muita Pepsi no KFC, quando três brasileiros de Floripa sentaram na mesa ao lado. Começamos a conversar e trocar algumas dicas de viagem, quando eles comentaram a respeito do primeiro campo de concentração da Alemanha, que ficava em uma cidadezinha super perto de Munique e valia demais a pena conhecer. Voltamos para o albergue, pesquisamos sobre o passeio, adaptamos nosso roteiro e incluímos a visita nos nossos planos. Distante, aproximadamente, 10 km de Munique está a pequena cidade de Dachau, que abriga o primeiro campo de concentração da Alemanha, construído em 1.933 pelos nazistas. Para chegar lá, pegamos um trem até a cidade e lá um ônibus, tudo muito bem sinalizado e, como na maioria dos lugares turísticos, basta seguir a multidão! Com certeza, de todos os lugares que já visitei na vida, foi o que mais me impressionou. O lugar tem um clima muito pesado e saímos de lá tentando encontrar respostas para algumas perguntas que nem éramos capazes de formular...



Em um primeiro momento, eles exibem um vídeo contando a história do campo, o que aconteceu, com imagens bem fortes. Tem também uma biblioteca para pesquisas, com vários documentos guardados, e os visitantes podem caminhar pelo campo, uma experiência única! Depois da Guerra, eles reconstruíram uma das casas para as pessoas poderem imaginar como eram as condições de vida lá dentro, assim como a câmera de gás, o crematório, o portão com os dizeres “Arbeit Macht Frei” / O Trabalho Liberta, as cercas elétricas, etc. Por mais que tenha virado um ponto turístico, o clima não tem nada a ver com isto, as pessoas caminham em silêncio e com muito respeito. E pensar que tudo isto é tão recente...


No mais, a Alemanha é muito limpa, organizada e bonita!

Até Amsterdam! ;)

domingo, 13 de outubro de 2013

Para Veneza, com amor..

Qual cidade de todas que vocês visitaram você mais gos..VENEZA!! A resposta a esta clássica pergunta é sempre a mesma e está na ponta da língua. E a sequência é “Londres e Paris também são maravilhosas, mas Veneza (suspiro) é Veneza!!”. Veneza é linda, romântica, linda, exótica, linda, charmosa, linda, diferente... ahhhh, Veneza é muito AMOR!!



Ok, pelo começo do post vocês já entenderam que eu fiquei completamente apaixonada pela cidade e este texto será muito amor!!

Pegamos um trem daqueles mega rápidos de Milão para Veneza e chegamos ao paraíso no começo da tarde. Claro que a chegada ao paraíso não é fácil... estávamos tranquilos no trem, quando ele parou na estação Veneza Mestre, na parte continental, uma estação totalmente sem graça... nos olhamos com cara de desanimados (isso aqui é Veneza?), mas antes de decidirmos o que fazer o trem arrancou novamente e os olhares foram dominados pelo pânico. Quando estávamos quase saindo correndo atrás do motorista (?) pra avisar que passamos da nossa estação, analisamos em volta e o trem continuava repleto de pessoas com cara de turista e o alto falante anunciou: próxima parada – Veneza Santa Lucia. Ok, nem tudo estava perdido. Quando todos começaram a se mexer, percebemos que ali era a última parada e, pelo visto, nosso destino. Juntamos os mochilões, descemos, reclamamos do calor e do cheiro de mar (?), e nos dirigimos para a grande porta da estação...... PARA TUUUDO! Quando a porta abriu, o Grande Canal simplesmente surgiu na nossa frente, com dezenas de barcos, gôndolas, pessoas, um sol lindo de morrer e uma pequena ponte. Paramos, nos olhamos encantados com tamanha beleza, respiramos fundo com a certeza de que tínhamos feito a escolha certa ao incluir Veneza no roteiro. Neste momento também entendi que Veneza... é VENEZA E PONTO!



Do lado da estação tinha um posto de informação turística e como não fazíamos a menor ideia de como atravessar aquele canal e muito menos como encontrar o hotel, encaramos a mega fila de turistas afobados. Mostrei o mapa com a indicação do hotel para a menina, ela me olhou, apontou pra ponte com uma cara de ‘boa sorte’, entregou um mapa da cidade, compramos o ticket para o transporte público (leia-se barcos – achei o máximo) e saímos de lá ainda mais apaixonados por tudo! Apaixonados até descobrirmos que a ponte tinha DEGRAUS e a única opção era atravessá-la. Bolamos uma ótima logística... ele carregava um mochilão enquanto eu cuidava do outro ;) e conseguimos chegar ao outro lado do canal (palmas). Ok, agora tínhamos que achar o hotel no meio daquelas ruelas com meu super mapa! Andamos um pouco e estávamos quase desistindo, afinal, surgiu outro canal e não tinha mais pra onde ir, quando olho pra trás e lá estava ele, lindo, florido e com mesinhas do lado de fora, muito amor!!

Vamos começar pelo transporte público... que são barcos de todos os tipos e tamanhos! Você compra um passe que dá direito a usar os barcos à vontade por x dias. É muito prático, rápido e há vários pontos espalhados pelo Grande Canal, para os dois lados e as ilhas ao redor, tudo muito fácil. Além disso, passear pelas ruelas de Veneza é a melhor parte da cidade, com certeza! Claro que se perder está incluso no pacote, mas é só cair no Grande Canal novamente que você se acha. Além disso, as pessoas são todas muito simpáticas e atenciosas, as vitrines são lindas, as pracinhas encantadoras, os restaurantes charmosos e cada ruela é uma surpresa!











Em Veneza tivemos a melhor janta de todo o mochilão: sentados na calçada à beira do Grande Canal, vendo o por-do-sol, depois de um dia inteiro caminhando, cada um com uma caixa de pizza deliciosa e um garrafão de coca – muito turista, muito amor!



A Praça de São Marcos, principal ponto turístico de Veneza, é muito bonita, assim como a igreja. Tem várias lojinhas e restaurantes em volta, com suas mesinhas na calçada, e uma feirinha de artigos turísticos bem legal ali perto. Queria muito uma foto com pombos, como uma que minha mãe tem lá, mas não havia espaço para os pombos diante da quantidade de turistas, já que fomos na alta temporada. Porém, por outro lado, conversei com pessoas que foram a Veneza no inverno e não viram nada de tão surpreendente. Concordo que Veneza é uma cidade para conhecer no verão!





Um dia, saímos em busca de passeios para as ilhas em volta de Veneza para conhecer melhor o sistema de transporte deles e os ferrys da região. No começo, confesso que estava achando um saco, mas prometi para o namorado que iríamos fazer estes passeios quando tivesse oportunidade. No final, foi muuito legal. O passeio é bem bonito, você vê Veneza de longe, com o vento no rosto no segundo andar do ferry, e depois fomos desvendar as ilhas da região. Descemos na maior delas, Murano, e ficamos algumas horas. Ela é famosa pelos trabalhos em cristal e é tão encantadora quanto Veneza. Caminhamos pelas ruelas, compramos quatro sorvetes por 1 euro, descansamos...









Veneza não tem muitos pontos turísticos, ela mesma é a GRANDE ATRAÇÃO!!! O divertido é passear pelas ruas, sentar e admirar a beleza do Grande Canal, conhecer seus becos, observar suas vitrines e lojinhas... é tudo muito organizado, romântico, florido, não sei descrever! Não penso em voltar a Veneza um dia, como acontece com Paris e Londres, mas sai de lá com a certeza de que Veneza é um dos poucos lugares que você conhece e jamais esquece, pois uma parte da sua magia segue com a gente pra sempre!



Próxima parada: Munique!!