Neste final de ano fiz uma viagem rápida para Minas Gerais e gostaria
de compartilhar com vocês, porque é um passeio lindo e que vale muito a pena.
Visitamos o Parque Nacional da Serra da Canastra e a região das cidades
históricas.
Reservamos um dia inteiro para a Serra da Canastra e a região é
realmente muito bonita, mas a estrutura muito precária. A Serra recebe este
nome porque tem o formato de um baú, e canastra é uma espécie de baú antigo. Na
entrada tem uma guarita e precisa pagar R$ 8 por pessoa para passar o dia. Eles
dão algumas ~mínimas~ instruções e um mapa péssimo. Depois, é tudo por sua
conta e risco. Até tem algumas placas indicando os principais pontos, como a
cachoeira Casca d’Anta e a nascente do Rio São Francisco, mas se você espera encontrar
lugares para comer, informações turísticas... esquece! Infelizmente, além de a
estrutura deixar muito a desejar, principalmente se compararmos com os parques
de outros países, a estrada é péssima, mas PÉSSIMA mesmo. Não são buracos, são
crateras gigantescas, desníveis enormes. Sério, tem que ir com um carro bom, de
preferência com tração nas quatro rodas, e cuidar com a época das chuvas,
porque vários trechos ficam intransitáveis.
Porém, apesar da falta de estrutura, o parque é lindo e vale a visita.
Passamos nos principais pontos e as vistas são maravilhosas. Estava um dia
ensolarado e o lugar transmite muita paz, perfeito para renovar as energias e
começar o ano com o pé direito. Há diversas cachoeiras para tomar banho na
região. A Casca d’Anta, a mais famosa delas e considerada a maior queda do Rio
São Francisco, é dividida em parte alta e baixa. As duas são legais, mas a
parte baixa é bem mais bonita, porque você pode ver a queda inteira e a
estrutura é melhor, com banheiros e espaços pra piquenique. Para os corajosos,
é possível ir de uma até a outra por trilha, mas dizem que o trajeto é bem
pesado e perigoso, só pra quem já tem prática mesmo. Falando nisso, na parte
baixa, pelo menos no dia que nós passamos, não dava para chegar muito perto de
carro, não sei se é sempre assim ou apenas por ser 1º de janeiro e estar cheio
de gente, então tivemos que andar um bom pouco pra chegar até ela, mas valeu
demais a pena. Outro lugar bem bacana de parar é a nascente do Rio São
Francisco. Quem diria que um córrego daquele tamanho iria se transformar na
grandiosidade que é o Rio, tão importante para o nosso país.
As cidades em volta da Serra da Canastra também não tem muita
estrutura. Fizemos uma parada para ~tentar~ comer algo antes de visitar a parte
baixa da Casca d’Anta em uma cidadezinha que não lembro o nome, e almoçamos
sorvete numa ~tentativa de~ sorveteria, porque o único restaurante aberto na
cidade não dava pra encarar. Então, o ideal é levar comida e bebida #ficaadica!
Depois de encarar o parque, dormimos na cidade de Passos.
Na manhã seguinte cedo pegamos a estrada rumo às cidades históricas.
Neste dia, almoçamos pão de queijo recheado na beira da estrada. Sério, gente,
que coisa mais boa. Não vou lembrar o nome do lugar, mas é super comum em Minas
e todo turista tem que experimentar. Eu comi de frango com catupiry e doce de
leite ~muito amor~!
Voltando às cidades históricas, como não tínhamos muito tempo,
escolhemos visitar as cinco principais: Ouro Preto (onde dormimos), Mariana
(lindo nome), Tiradentes, São João Del Rei e Congonhas. De Passos até esta
região, seguindo pela Estrada Real, visitamos primeiro São João Del Rei e
depois Tiradentes, as duas são praticamente grudadas. De Tiradentes fomos para
Ouro Preto, são quase 2h de viagem. Mariana fica do ladinho de Ouro Preto, dá
pra fazer um bate volta tranquilo, e tem também um passeio de trem entre
elas. Nós não fizemos, até porque neste dia não estava funcionando e ninguém
sabia dizer a razão, ~coisas de Brasil~, mas eu tirei foto com as informações
para quem tiver interesse. Congonhas é famosa pelas esculturas dos 12 Profetas,
feitas pelo Aleijadinho (na verdade é a única coisa que tem pra ver lá, mas
vale a pena dar uma passada). Fica a menos de 1h de Ouro Preto, então nós
passamos na última manhã antes de seguir para o aeroporto em Belo Horizonte.
São João Del Rei
Tiradentes
Uma coisa que fizemos em Ouro Preto e eu recomendo é
um passeio guiado. As ruelas são super estreitas e cheias de turistas
atravessando, então pra evitar estresse melhor deixar o carro parado e curtir a
cidade a pé ou com as opções de transporte que eles oferecem. Pela manhã, nós
contratamos um guia que tinha carro próprio. Pagamos pouco mais de R$ 100 e
eles nos levou nos principais pontos, e é bacana porque ele explica os detalhes
das construções e da história. À tarde pegamos o carro e seguimos pra Mariana,
lá é bem tranquilo e tem menos coisas para ver. Vale lembrar que Ouro Preto tem
muito morro, então não é fácil fazer tudo a pé, ainda mais no calor.
Ouro Preto
A região em si, a arquitetura das cidades, os trabalhos do Aleijadinho...
é tudo muito bonito! Sem contar que você tem uma aula de história a céu aberto,
afinal, as coisas de fato aconteceram ali e é tudo muito bem preservado. As
igrejas são maravilhosas, por fora e, principalmente, por dentro (quase todas
elas cobram um valor entre R$ 2 e R$ 10 para entrar), e é interessante ver como
a modernidade e o antigo se fundem, pois naquelas construções do período
imperial funcionam lojas, bancos, restaurantes, repúblicas estudantis, bares,
etc. Ouro Preto é a mais bonita, talvez por ser mais preservada, mas todas elas
valem a visita. Em Ouro Preto visitamos também o Museu da Inconfidência na
Praça Tiradentes. É nesta praça que está o monumento de Tiradentes, onde foi
colocada a sua cabeça.
Mariana
Congonhas
Dica de pousada e restaurante em Ouro Preto
Em Ouro Preto ficamos hospedados na Pousada do Douro e recomendo
demais. Ela é super bem localizada, do lado da Praça Tiradentes, e na frente do
hotel tem uma feirinha de artesanato bem legal. O café da manhã é super
gostoso e completo, e a pousada é bem limpinha, aconchegante, chuveiro e cama
bons. Tem um estacionamento bem perto para deixar o carro e ele é espaçoso,
fácil para manobrar carros grandes, e os funcionários são bem atenciosos e
receptivos.
E super perto desta pousada tem um restaurante delicioso: Bené da Flauta. Jantamos lá as duas noites e fomos muito bem atendidos. O lugar é bem
bonito, decorado, em uma construção antiga de dois andares. O atendimento é top
e o cardápio tem massa, carnes, peixes, etc. Comemos a massa ao molho de nozes,
o bacalhau e a truta, tudo gostoso demais. O preço não é muito baixo, mas
condiz com o nível do restaurante e eu recomendo demais. Depois, o dono do
hotel comentou que esse é o melhor restaurante da cidade. É realmente muito
bom!!!!