sábado, 21 de fevereiro de 2015

Mi Buenos Aires Querido

Ahh Buenos Aires, se eu lembrasse que você era tão simpática, com certeza teria voltado antes. Passei pela charmosa capital argentina em dezembro de 2004, quando voltávamos de Ushuaia, e não tinha muitas lembranças daquela época, apenas alguns fragmentos da cidade. Este ano, decidimos passar o Carnaval, afinal é tão pertinho de Curitiba e ainda conseguimos um voo direto, ou seja, em menos de duas horas estávamos lá. Ficamos quatro dias inteiros e deu pra aproveitar demais, conhecer várias coisas, explorar os pontos turísticos, fazer compras na Farmacity e comer bem e barato!

Gente, Buenos Aires é muito bonita, simpática e charmosa. Ela mistura um ar cosmopolita e moderno com construções antigas e em alguns momentos até parece que estamos na Europa. Sério, voltei muito apaixonada e moraria fácil por lá, que cidade mais gracinha! Como tínhamos quatro dias e estávamos com meus avós, tivemos que pegar leve no ritmo e adaptar algumas coisas para agradá-los. Como pegamos quatro dias de muito sol, deu para aproveitar tudo e caminhar demais! Além disso, nosso hotel era bem localizado e usamos apenas táxi.


Nosso roteiro foi basicamente assim:
Dia 1 Teatro Colón, Obelisco, Casa Rosada, Calle Florida, Porto Madero, Recoleta.
Dia 2 – Boca Juniors, El Caminito, Feira de San Telmo.
Dia 3 – Cemitério da Recoleta, Floralis Generica, El Rosedal, Zoológico, Palermo.
Dia 4 – Dia livre para minha vó fazer um passeio no bairro do Papa, últimas comprinhas, voltinhas, etc.

Pegamos um mapa bem completo na recepção do hotel e fomos nos aventurar. No primeiro dia saímos do hotel às 9h da manhã e a ideia era fazer um circuito a pé por estes pontos, já que são todos pertos. Como já conhecíamos o Teatro Colón por dentro não entramos desta vez, mas eles possuem visitas guiadas em espanhol e inglês por 180 pesos. Do Obelisco, seguimos até a região da Casa Rosada, que é muito bonita. Lá vale sentar na praça e admirar as construções. Saímos dali na hora do almoço e fomos pra Calle Florida, atravessando toda ela até a Galerías Pacífico, um shopping chique que reúne somente lojas de marcas e os preços não são nem um pouco atraentes. Vale a pena entrar apenas para conhecer ou comer algo na praça de alimentação. Dali, descemos direto pro Porto Madero, onde modernas construções contrastam com o restante da cidade. Caminhamos na beira do porto, tomamos um sorvete no Freddo e ficamos um pouco por ali admirando a beleza da região. Depois, como meus avós estavam muito cansados, pegamos um táxi, deixamos eles no hotel e saímos caminhar na Av. Santa Fé, uma das mais movimentadas da cidade.













No domingo cedo pegamos um táxi até o estádio do Boca Juniors. Como era dia de jogo, ele estava fechado para visitação e vimos apenas por fora. Meu irmão voltou lá na terça para conhecer o museu e o campo. Aliás, ele foi ao estádio do River Plate também em outro dia. Continuando, caminhamos cinco quadras do estádio do Boca até El Caminito, onde passamos o resto da manhã nas lojinhas. O El Caminito não tem nada de mais, muito pelo contrário, está bem caidinho, mas continua sendo cartão portal de Buenos Aires e parada obrigatória. No final da manhã, pegamos um táxi para o bairro de San Telmo, onde acontece uma famosa feira todos os domingos. O ambiente é super gostoso, com artistas, barraquinhas de produtos locais, objetos antigos, couro, souvenirs, etc. A famosa estátua da Mafalda fica na esquina das ruas Defensa e Chile. Naquele dia havia uma fila enorme e eu desisti de tirar uma foto sentada no banco. A feira é enorme, estendendo-se por cerca de dez quadras, e termina quase na Casa Rosada. Aproveitei que já estava ali por perto mesmo e dei mais uma volta na Calle Florida, troquei mais alguns reais e depois ainda bati perna pela região do hotel.









Na segunda-feira, começamos pelo Cemitério da Recoleta, onde estão os restos mortais de importantes personagens da história argentina, como a Evita. De lá, descemos a pé até o parque onde se encontra a Floralis Generica, uma flor de metal gigante que é um dos símbolos da cidade. Ela estava em manutenção, mas mesmo assim garantimos as nossas fotos e de lá pegamos um táxi direto pro zoológico de Buenos Aires. Este não é aquele zoológico polêmico onde você encosta nos animais e tal. Este fica na cidade de Luján, distante 80 km de Buenos Aires, e optamos por não visitar, primeiro porque levaria um dia inteiro o passeio, e segundo por não concordar com o modo como eles tratam os animais. Este zoológico que visitamos fica no bairro de Palermo e tem vários animais legais (entrada: 140 pesos). Fomos mais porque meu vô adora bichos e nunca tinha visitado um zoo, mas valeu a pena. Tem elefante, girafa, zebra, leão, camelo, onça pintada, tigre, urso, etc. A estrutura e a sinalização deixam a desejar se compararmos com zoológicos de outras grandes cidades, mas se você nunca visitou um zoológico de verdade, fica a dica! Logo depois, caminhamos mais um pouco por aquela região e um sorveteiro indicou conhecer o Rosedal de Palermo, no Parque 3 de Febrero, com mais de 18 mil rosas. Um lugar lindo e de graça. De acordo com o sorveteiro, é muito mais bonito que o Jardim Japonês!










Antes de voltar para a região do hotel ainda caminhamos até o shopping Paseo Alcorta. Tinha lido em alguns blogs que valia a pena ir até o Carrefour deste shopping para comprar maquiagem e itens de higiene. Sinceramente, não vale a caminhada! Não havia quase opções e os preços eram os mesmos da Farmacity. No final conseguimos somente alguns shampoos em promoção e aproveitamos pra comprar alfajor. De lá, pegamos um táxi pro hotel e fomos novamente até a Calle Florida e o centro bater perna. Nesta região de Palermo há diversos museus e parques, como o Jardim Botânico, Museu de Arte Decorativa, Museu Nacional de Belas Artes, etc. Nós não visitamos nenhum, mas para quem curte museus pode ser interessante.

No último dia, minha vó quis visitar o bairro onde o Papa morava e eu fiquei no hotel fazendo check out pela manhã. Depois caminhamos um pouco pela Recoleta e San Nicolas, e em algumas lojas antes de seguir pro aeroporto. Uma coisa que eu não sabia é que na Argentina também tem Carnaval como aqui, e segunda e terça-feira era feriado. Então algumas lojas não abriram, assim como os bancos oficiais, ou seja, mesmo que não quiséssemos, teríamos que trocar nosso dinheiro no câmbio paralelo.

Super dica: os amantes de livros PRECISAM conhecer a livraria El Ateneo da Av. Santa Fé. O espaço era um antigo teatro que foi todo reformado, mas teve a sua estrutura preservada, e hoje abriga uma livraria MARAVILHOSA de quatro andares, sendo que o palco se transformou em café. Se eu morasse em Buenos Aires, montaria uma cabana ali dentro. :)


Hotel: Ficamos no Hotel Americas Towers, do lado do Teatro Colón e atrás da Avenida 9 de Julho, super bem localizado, quartos grandes e espaçosos, chuveiro muito bom, café da manhã bem completinho e funcionários super atenciosos. Recomendo!

Outra dica bacana é sobre o câmbio. Li em vários blogs que o ideal era levar real ou dólar e trocar no câmbio paralelo, mas ninguém dava mais detalhes e chegamos lá um pouco perdidos. Levamos uma quantia mínima de pesos, alguns dólares que sobraram dos EUA ano passado e mais reais. Realmente, a maioria dos restaurantes, taxistas e até lojas aceitam real tranquilamente. No comércio e táxi, a cotação estava basicamente 4 pra 1. Já nos restaurantes estava melhor, chegando a até 5 pra 1 (geralmente na porta tem um aviso com o valor do real, dólar e euro). Porém, vários blogs falavam que estes restaurantes faziam câmbio, mas nós não encontramos nenhum que fizesse. Eles aceitam pagamento em qualquer uma destas quatro moedas, mas nenhum troca dinheiro. O único lugar que encontramos cambistas foi na Calle Florida, a principal rua de comércio de Buenos Aires. Lá é super comum encontrar dezenas de pessoas gritando "câmbio", aí você dá uma pechinchada, uma choradinha e fecha com aquele que transmitir mais confiança, se é que isso é possível hahaha resumindo, vai na fé! Estes cambistas vão contigo até uma galeria onde é feita a troca, simples, rápido e não muito seguro. Fizemos estes câmbios umas três vezes e não tivemos problemas com notas falsas, nem nada. É um risco a se correr hehehe na rua conseguimos entre 4,20 e 4,35 pra 1. Uma dica que eles deram é tentar fazer estas trocas de moeda em dia de semana, porque os bancos oficiais estão abertos e eles precisam competir com eles, nos finais de semana e feriados os cambistas controlam e definem o preço. Oooutra coisa, como falei antes, restaurante compensa muito pagar em real ou dólar porque a cotação é maior.

Falando em restaurante, estávamos em cinco pessoas e o máximo que gastamos em uma refeição foi R$ 195 para os cinco, com gorjeta e cafezinho. Isso foi um almoço de verdade com bife de chorizo. Na média gastávamos entre R$ 100 e R$ 140 por refeição para o grupo todo. Muito barato, porque a comida é realmente muito boa! Táxi lá também sai barato, não sei quanto gastamos, mas foi pouco. E como estávamos em cinco, sempre dávamos uma choradinha e algum taxista topava levar todos nós no mesmo carro.

Uma coisa que várias pessoas falaram foi para tomar cuidado com os pertences em táxis e, principalmente, na rua. Sinceramente, não senti muito medo em Buenos Aires. Havia bastante policiais nas ruas e em nenhum momento me senti ameaçada. Claro que andamos cuidando com bolsas, máquina, celular, mas me senti muito mais segura que em São Paulo ou no Rio de Janeiro, por exemplo. Temos que estar atentos sempre, mas a capital argentina não é uma cidade que transmite medo aos turistas.

Quanto às compras, não achei os preços lá muito bons não. A única coisa que valia a pena eram itens de higiene pessoal na Farmacity, como demaquilante e tônico facial, e os cremes da St. Ives <3. Os preços eram basicamente os mesmos em todos os lugares, então compramos tudo na Farmacity mesmo, com exceção dos alfajores e vinhos que pegamos no Carrefour. Tirando isso, achei os preços iguais aos daqui, nada de extraordinário. Passamos pelo Duty Free de Curitiba ~que não existe por razões de reforma~, pelo do desembarque de Ezeiza ~bem pobrinho, nem animou comprar nada~, pelo do embarque do Aeroparque ~tinha promoção de cremes e colônias da Victoria’s Secret (3 por U$33)~ e do desembarque em Guarulhos ~bem grande, bonito e com marcas ótimas, mas sem promoção de VS~. Desta vez comprei apenas três colônias da VS e um perfume, porque no sábado deu a louca e encomendei uma go pro com um amigo que tá voltando dos States, então com o dólar nas alturas segurei os gastos. Ah! Vi os preços dos batons da MAC no Duty Free, na Argentina estavam a partir de U$ 22, e no Brasil de U$ 20,50.


Enfim, Buenos Aires é tudo de bom! É um passeio bem legal para um feriadão, já que as atrações são perto e dá para visitar bastante coisa em cada dia, além de ser uma cidade muito gostosa!


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Calilife: I love UCI

Várias pessoas me perguntam sobre o tempo que passei na Califórnia ano passado (#saudadesdemais) e vou fazer uma série de posts sobre um dos melhores lugares do mundo. Hoje vou falar um pouco do curso que fiz, da experiência e algumas dicas. Como vou pra Buenos Aires no Carnaval, quero fazer um post completinho da capital argentina antes de começar com a série da Califa para as coisas ficarem (na medida do possível) em ordem e organizadas por aqui.

Bem, eu fui pra Califórnia, mais precisamente para Irvine, do lado de Los Angeles, fazer um curso de três meses intensivo de marketing na UCI (University of California – Irvine). Eles chamam de ACP (Accelerated Certificate Program) e é um curso bem intensivo mesmo, com aulas todos os dias, várias trabalhos e leituras, todo ministrado em inglês por professores muito bons. A carga horária corresponde a uma especialização/extensão universitária aqui no Brasil. A maioria das UCs tem este tipo de programa para estrangeiros, em Irvine, por exemplo, tem ainda com foco em administração, finanças, direito, turismo, etc. Vou deixar o link aqui pra quem se interessar.


Após o curso ainda é possível fazer estágio não remunerado de três meses (U$ 2 mil e pouco) e até conseguir visto de um ano de trabalho nos EUA se fechar nove meses de programa. Eu fiz somente o ACP e voltei pro Brasil, mas tem várias opções bacanas a partir dele. Falando um pouco mais do ACP, eu paguei cerca de U$ 7 mil pelo curso e optei por ficar em acomodação vista pela universidade. Como era pouco tempo, escolhi ficar em um apartamento com mais três estudantes (todas de outros países, eles não colocam pessoas que falam o mesmo idioma na mesma casa), eram dois quartos e dois banheiros, mas foi tudo tranquilo na medida do possível. Morei com uma turca, uma espanhola e uma taiwanesa. Nos demos bem no começo e depois surgiram algumas diferenças, mas nada que tenha impossibilitado a convivência hahaha no final, deu tudo certo e todo mundo tomava banho (quase) todo dia.



Tem ainda opção de ficar em casa de família ou kitnet para duas pessoas dentro do campus, além de procurar alguma coisa por conta. A agência que me atendeu indicou ficar nas residências maiores fora do campus para ter mais privacidade, e realmente acho que foi a melhor decisão. O condomínio era muito legal, enorme, bonito e com uma super estrutura (academia, aula de zumba, yoga, pilates, quadra, várias piscinas, churrasqueira, tudo incluso). Mesmo com o transporte público bem ruim por lá, chegar na UCI era tranquilo, tinha tanto uma linha de ônibus própria da universidade (bem mais barata), quanto a linha normal da cidade que passava perto do condomínio. A maioria das pessoas fecha os primeiros três meses pela universidade e se for ficar mais se vira por conta, pois sempre conhece outras pessoas e estando lá é mais fácil entender como tudo funciona.



As minhas aulas de marketing eram do meio-dia às 15h, 15h30, de segunda a sexta-feira. Pela manhã, tinha uma matéria mais focada para mercado de trabalho, entrevistas, preparação de currículo, apresentação em público. Essa matéria acontecia duas vezes por semana, terça e quinta. Havia estudantes do mundo inteiro, muito oriental, principalmente da China e de Taiwan, muito espanhol, muito turco e, claro, muito brasileiro. A universidade é muito legal, enorme, como aquelas de filme. Tinha de tudo lá dentro: supermercado, cinema, lanchonete, salão de beleza, lojas, correios, etc. O mais interessante é que a universidade também é um espaço da comunidade, não fica restrito aos estudantes, já que qualquer um pode acessar a sua estrutura.

Sobre o curso, ele é bem geral, mas achei muito bom e valeu demais a pena, fora a oportunidade de conviver com pessoas de tantos países diferentes e viver um tempo no exterior. A maioria dos professores era realmente muito boa! Tive diversas matérias, como marketing digital, comportamento do consumidor, marcas, pesquisa em marketing, marketing B2B, comunicação, etc. Os professores levavam vários exemplos e sempre tinha um trabalho ao final de cada disciplina com apresentação para a sala inteira, desenvolvemos projetos muito legais sobre a Victoria’s Secret e a Lego, por exemplo.







Falando um pouco mais da vida por lá, Irvine é uma cidade grande até, mas muito espalhada e com um transporte público péssimo. Na verdade, a Califórnia inteira é assim, as coisas são muito distantes e fica praticamente impossível viver sem carro. Esta é uma dica fundamental pra quem está pensando em passar um tempo lá. Pra vocês terem ideia, no nosso primeiro domingo lá, eu e as meninas que moravam comigo decidimos ir até a praia passar o dia e, simplesmente, não rolou!!!! A praia, Newport Beach, fica a menos de 15min de carro, mas pra chegar de ônibus eram 2h, tinha que pegar três ônibus, e no domingo eles não passavam haha ou seja: “no car, no life”. O bom é que aluguel de carro é bem barato lá e se você for ficar mais tempo até compensa comprar um carro usado e depois vender na hora de voltar.

Irvine fica a menos de 1h de Los Angeles, com trânsito bom, e a 1h e pouco de San Diego. Las Vegas também é do lado, 3h30 mais ou menos de carro. E tem vários lugares legais ali em volta pra conhecer, muitas praias lindas e o clima é delicioso. Tem um parque da Disney e um da Universal super perto também para quem gosta, além de vários Parques Nacionais para passar o dia. Claro que dei muita sorte, pois foi o inverno mais quente dos últimos anos e parecia verão. Não rolou praia, mas passei os três meses praticamente de camiseta e uma blusinha leve, super gostoso!


E uma coisa é fato: todo mundo que vai pra Califórnia volta totalmente apaixonado. Aquele lugar é bom demais, as pessoas são leves, felizes, pensam muito na qualidade de vida e sabem curtir o lado bom das coisas. As paisagens são maravilhosas e o pôr do sol daquele lugar faz qualquer viagem de 26 horas valer a pena!



Aguardem que virão os posts sobre a viagem pela Califórnia! Prometo!

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Parques Nacionais nos EUA: Joshua Tree, Yosemite, Sequoia, Grand Canyon

Hoje farei um post sobre os parques nacionais nos Estados Unidos. Ano passado, tive a oportunidade de visitar quatro deles e fiquei impressionada não somente com a beleza e as singularidades de cada um, mas principalmente com a estrutura que eles oferecem, que dá de dez a zero em qualquer parque brasileiro. Visitei o Joshua Tree National Park, o Yosemite National Park, o Sequoia National Park e o Grand Canyon National Park. Os três primeiros ficam na Califórnia (prometo que farei posts sobre a minha experiência por lá, mas tudo se resume em: é muito amor num lugar só), e o último no estado do Arizona. Todos valem demais a visita!

Falando no geral, os parques nos Estados Unidos seguem um padrão e tem uma super estrutura. Nestes quatro, e acredito que na maior parte dos parques por lá, você paga um valor por carro para entrar, independente do número de passageiros, que varia entre $10 e $25, e com aquele ticket pode entrar no parque por sete dias consecutivos. Logo na entrada você recebe um mapa com várias informações úteis e super bem explicado, e um jornal com informações gerais. O Joshua era menor, então não tinha tanta estrutura e precisamos sair para almoçar (pelo menos na região que visitamos não vimos lugar para comer lá dentro), mas os outros três tinham restaurantes, centro de informações turísticas, lojinhas, camping e até hotel. E o bacana destes parques é que você pode explorar por conta, transitar de carro e fazer o seu roteiro.







Joshua Tree National Park

O Joshua Tree National Park eu visitei no período que estava lá estudando com as minhas amigas. Saímos cedo de San Diego e levamos quase 3h para chegar (ele fica perto de Palm Springs, outro lugar lindo). O parque chama a atenção por estar em uma zona desértica que inclui partes dos desertos de Mojave e Colorado, e por ser composto por rochas arredondadas, montanhas e vegetação esquisita. A região é bem interessante. O parque é enorme e conhecemos apenas um pedacinho, já que voltamos no mesmo dia. Pesquisamos algumas imagens na internet no dia anterior, mas quando chegamos lá não encontramos exatamente aquilo, provavelmente porque o dia estava nublado e era inverno. Imagino que o parque seja mais bonito na primavera e no verão. Mesmo assim, valeu muito a pena pela sua singularidade e o passeio rendeu fotos muito legais.













Yosemite National Park

Os outros parques eu conheci durante a nossa viagem pela Califa. Tudo começou porque não queríamos ficar somente na costa, já que tínhamos 23 dias, e resolvemos pesquisar outros passeios legais por perto. Foi aí que descobrimos o Yosemite National Park e ele nos surpreendeu demais. Começamos nossa viagem por San Francisco, mas antes de descer para Carmel e Monterey, fomos até Yosemite. Como em San Francisco não precisávamos de carro, pegamos nosso super automóvel no último dia e de lá seguimos direto para Oakhurst, uma cidadezinha do lado de uma das entradas principais do parque. De San Francisco até lá levamos, mais ou menos, cinco horas. Cinco horas debaixo de chuva. Então chegamos a Orkut (como apelidamos carinhosamente a cidade) desanimados, achando que nosso dia no parque seria super chato... mas foi aí que apareceu a primeira e talvez maior surpresa da viagem. Acordamos no dia seguinte, abrimos a janela, olhamos pro horizonte e “CARACA, TÁ TUDO BRANCO DE NEVE”! Detalhe: nunca, nunca mesmo, pensei em pegar neve na Califórnia na primavera, ou seja, todas as minhas roupas de frio já estavam prontas pra voltar pro Brasil lindas e embaladas na mala.... que ficou na casa da Manu em Irvine! Sorte que tinha um casaco da North Face, uma camiseta de manga longa, um cachecol e, sei lá qual a razão, um par de polainas. Se não fosse isso, provavelmente eu estaria até agora lá congelada.

Passado o desespero e a emoção iniciais, pegamos o carro e seguimos em direção ao parque. Quanto mais subíamos a estrada, mais forte ficava a neve. De repente, um bloqueio da polícia e as emoções estavam apenas começando. Somos parados e o policial, simpático que só ele, questiona se temos correntes para neve para colocar nos pneus, o que nos obriga a voltar alguns km para comprar em um mercadinho na beira da estrada. Compradas as correntes, por sorte apareceram uns mexicanos para nos ensinar como colocar aquele negócio nos pneus, porque não fazíamos a menor ideia. Correntes nos seus devidos lugares, o carro fazendo um barulho enorme, os dois morrendo de medo de estar fazendo alguma coisa errada com os pneus, lá fomos nós! Yosemite não lembrava em nada as fotos que vimos na internet. Ele estava congelado, branco de neve pra todos os lados, mas mesmo assim lindo!!!! Os vales, as cachoeiras, a estrutura, tudo muito legal!!!! Com certeza, no verão as paisagens são completamente diferentes... mas confesso que ter visto neve na Califórnia em plena primavera foi uma surpresa muito feliz! :)









Sequoia National Park

Nossa ideia era ficar dois dias em Yosemite, porque lemos que ele era enorme e tal. Porém, com a neve vários lugares estavam interditados e naquela noite abrimos o mapa para descobrir outro lugar por perto para conhecer no dia seguinte antes de seguir pra Monterey. Foi aí que descobrimos o Sequoia National Park, famoso por abrigar as maiores árvores do mundo. A distância entre os dois é de, mais ou menos, 200 km e o dia estava lindo e ensolarado. Chegamos à entrada do parque e a moça falou que só poderíamos entrar se tivéssemos as correntes de neve. Questionamos a razão, já que estava super calor, e ela respondeu: porque tá nevando lá em cima. Pensamos: lá em cima onde? E entramos no parque.

Detalhe: a moça da guarita explicou que a distância era de 15 milhas, o que dá mais ou menos 24 km, até as sequoias, e isso levaria de 1h a 1h30. Fechamos o vidro e rimos: 1h para fazer 15 milhas?! Senta lá, Claudia! E começamos a subir, subir, subir, curvas íngremes, subidas e um alerta: só continue se tiver correntes para neve. A temperatura no termômetro do carro caindo, caindo, a altitude aumentando, aumentando, quando começaram uns pingos de neve, mais pingos e uma tempestade de neve. Paramos, gastamos 30 min colocando as correntes e fomos. Sim, levamos mais de 1h pra chegar às sequoias, a estrada é super íngreme e cheia de curvas. Nunca imaginamos ver aquela paisagem, pois 1h atrás estávamos de camiseta em um sol de rachar.

O parque também é lindo, as árvores são enormes, mas não pudemos ter uma noção exata do seu tamanho, já que uma parte considerável dos troncos e as raízes estavam debaixo de neve. O Sequoia National Park tem ligação com o Kings Canyon National Park, mas naquele dia a estrada estava interditada por causa da neve. Recomendo muito visitar o parque, ele é muito bonito e as árvores são impressionantes. Uma das principais atrações é a sequoia chamada General Sherman, considerada o ser vivo com a maior biomassa da Terra. Ela possui mais de 83m de altura e tem cerca de 2.500 anos. Acredito que tanto Yosemite quanto o Sequoia National Park sejam mais interessantes no verão, porque é possível ver as paisagens como um todo, os vales, lagos, vegetação, etc, mas eles ficaram muito charmosos brancos de neve e com certeza valeu muito a pena. São paisagens que jamais iremos esquecer.









Grand Canyon National Park

O outro parque que visitamos foi o Grand Canyon National Park. Desde os planos iniciais da viagem estávamos decididos a conhecer o Grand Canyon, já que estaríamos tão pertinho e há várias opções de passeio saindo de Las Vegas. Depois de muito pesquisar e comparar valores, optamos por fazer o passeio de helicóptero até lá, mesmo sendo cerca de $500 por pessoa. Porém, quando chegamos a San Diego, já estávamos um pouco cansados de mar, sol e queríamos ver coisas diferentes, além de ser uma super ideia economizar estes $500 do helicóptero.

Então, pesquisamos na internet e descobrimos que o Grand Canyon pertinho de Las Vegas, na realidade, não pertence ao Parque Nacional do Grand Canyon, é somente uma pontinha do canyon que atrai turistas pela proximidade em relação a Vegas. Naquela noite, decidimos tirar um dia de San Diego e ir de carro até o verdadeiro Grand Canyon, no estado do Arizona. Levamos cerca de 8h de carro de San Diego até Williams, onde dormimos, com direito a uma parada rápida em Palm Springs e no outlet (ah vá!) de Desert Hills. Williams fica a 100 km da entrada do parque e optamos por ficar lá porque os hotéis mais perto estavam bem caros.

Gente, esta foi a decisão mais certa de toda a viagem! Valeu muito a pena e tivemos um dia delicioso no parque! Por Williams, entramos pelo acesso sul do Parque Nacional, que é o mais famoso de todos e reúne 12 mirantes maravilhosos, várias trilhas e uma estrutura completa com restaurantes, lojas, mercadinho e ônibus para visitar os mirantes, o que facilitou muito. Na entrada do parque, você recebe um mapa da região, das linhas de ônibus internas e indicações dos melhores locais para ver o sol nascer e se pôr. Pagamos $25 no ingresso por carro. Deixamos nosso carro no estacionamento e usamos o serviço de ônibus do parque para transitar lá dentro, o que foi super ágil e fácil. A luz do sol muda as paisagens conforme o dia vai passando, principalmente ao entardecer, por isso vale a pena deixar um dia todo para o passeio. Se tivéssemos mais tempo, com certeza ficaríamos mais dias na região para fazer algumas trilhas e explorar mais peculiaridades do parque.












Enfim, todos estes quatro parques valem a visita! Afinal, nós podemos criticar muitas coisas no estilo de vida dos americanos, mas também temos muito o que aprender com eles. Este tipo de passeio mostra que os EUA são muito mais do que Miami, Nova York, outlet, fast food e consumismo. Eles têm lindas paisagens e uma estrutura surpreendente para receber turistas do mundo inteiro.