Hoje
farei um post sobre os parques nacionais nos Estados Unidos. Ano passado, tive
a oportunidade de visitar quatro deles e fiquei impressionada não somente com a
beleza e as singularidades de cada um, mas principalmente com a estrutura que
eles oferecem, que dá de dez a zero em qualquer parque brasileiro. Visitei o
Joshua Tree National Park, o Yosemite National Park, o Sequoia National Park e
o Grand Canyon National Park. Os três primeiros ficam na Califórnia (prometo
que farei posts sobre a minha experiência por lá, mas tudo se resume em: é
muito amor num lugar só), e o último no estado do Arizona. Todos valem demais a
visita!
Falando
no geral, os parques nos Estados Unidos seguem um padrão e tem uma super
estrutura. Nestes quatro, e acredito que na maior parte dos parques por lá,
você paga um valor por carro para entrar, independente do número de
passageiros, que varia entre $10 e $25, e com aquele ticket pode entrar no
parque por sete dias consecutivos. Logo na entrada você recebe um mapa com
várias informações úteis e super bem explicado, e um jornal com informações
gerais. O Joshua era menor, então não tinha tanta estrutura e precisamos sair
para almoçar (pelo menos na região que visitamos não vimos lugar para comer lá
dentro), mas os outros três tinham restaurantes, centro de informações turísticas,
lojinhas, camping e até hotel. E o bacana destes parques é que você pode
explorar por conta, transitar de carro e fazer o seu roteiro.
Joshua Tree National Park
O
Joshua Tree National Park eu visitei no período que estava lá estudando com as
minhas amigas. Saímos cedo de San Diego e levamos quase 3h para chegar (ele
fica perto de Palm Springs, outro lugar lindo). O parque chama a atenção por
estar em uma zona desértica que inclui partes dos desertos de Mojave e
Colorado, e por ser composto por rochas arredondadas, montanhas e vegetação
esquisita. A região é bem interessante. O parque é enorme e conhecemos apenas
um pedacinho, já que voltamos no mesmo dia. Pesquisamos algumas imagens na
internet no dia anterior, mas quando chegamos lá não encontramos exatamente
aquilo, provavelmente porque o dia estava nublado e era inverno. Imagino que o
parque seja mais bonito na primavera e no verão. Mesmo assim, valeu muito a
pena pela sua singularidade e o passeio rendeu fotos muito legais.
Yosemite National Park
Os
outros parques eu conheci durante a nossa viagem pela Califa. Tudo começou
porque não queríamos ficar somente na costa, já que tínhamos 23 dias, e
resolvemos pesquisar outros passeios legais por perto. Foi aí que descobrimos o
Yosemite National Park e ele nos surpreendeu demais. Começamos nossa viagem por
San Francisco, mas antes de descer para Carmel e Monterey, fomos até Yosemite. Como
em San Francisco não precisávamos de carro, pegamos nosso super automóvel no
último dia e de lá seguimos direto para Oakhurst, uma cidadezinha do lado de
uma das entradas principais do parque. De San Francisco até lá levamos, mais ou
menos, cinco horas. Cinco horas debaixo de chuva. Então chegamos a Orkut (como
apelidamos carinhosamente a cidade) desanimados, achando que nosso dia no
parque seria super chato... mas foi aí que apareceu a primeira e talvez maior
surpresa da viagem. Acordamos no dia seguinte, abrimos a janela, olhamos pro
horizonte e “CARACA, TÁ TUDO BRANCO DE NEVE”! Detalhe: nunca, nunca mesmo,
pensei em pegar neve na Califórnia na primavera, ou seja, todas as minhas
roupas de frio já estavam prontas pra voltar pro Brasil lindas e embaladas na
mala.... que ficou na casa da Manu em Irvine! Sorte que tinha um casaco da
North Face, uma camiseta de manga longa, um cachecol e, sei lá qual a razão, um
par de polainas. Se não fosse isso, provavelmente eu estaria até agora lá
congelada.
Passado
o desespero e a emoção iniciais, pegamos o carro e seguimos em direção ao
parque. Quanto mais subíamos a estrada, mais forte ficava a neve. De repente,
um bloqueio da polícia e as emoções estavam apenas começando. Somos parados e o
policial, simpático que só ele, questiona se temos correntes para neve para
colocar nos pneus, o que nos obriga a voltar alguns km para comprar em um
mercadinho na beira da estrada. Compradas as correntes, por sorte apareceram uns
mexicanos para nos ensinar como colocar aquele negócio nos pneus, porque não fazíamos
a menor ideia. Correntes nos seus devidos lugares, o carro fazendo um barulho
enorme, os dois morrendo de medo de estar fazendo alguma coisa errada com os
pneus, lá fomos nós! Yosemite não lembrava em nada as fotos que vimos na
internet. Ele estava congelado, branco de neve pra todos os lados, mas mesmo
assim lindo!!!! Os vales, as cachoeiras, a estrutura, tudo muito legal!!!! Com certeza,
no verão as paisagens são completamente diferentes... mas confesso que ter
visto neve na Califórnia em plena primavera foi uma surpresa muito feliz! :)
Sequoia National Park
Nossa
ideia era ficar dois dias em Yosemite, porque lemos que ele era enorme e tal. Porém,
com a neve vários lugares estavam interditados e naquela noite abrimos o mapa
para descobrir outro lugar por perto para conhecer no dia seguinte antes de
seguir pra Monterey. Foi aí que descobrimos o Sequoia National Park, famoso por
abrigar as maiores árvores do mundo. A distância entre os dois é de, mais ou
menos, 200 km e o dia estava lindo e ensolarado. Chegamos à entrada do parque e
a moça falou que só poderíamos entrar se tivéssemos as correntes de neve. Questionamos
a razão, já que estava super calor, e ela respondeu: porque tá nevando lá em
cima. Pensamos: lá em cima onde? E entramos no parque.
Detalhe:
a moça da guarita explicou que a distância era de 15 milhas, o que dá mais ou
menos 24 km, até as sequoias, e isso levaria de 1h a 1h30. Fechamos o vidro e
rimos: 1h para fazer 15 milhas?! Senta lá, Claudia! E começamos a subir, subir,
subir, curvas íngremes, subidas e um alerta: só continue se tiver correntes
para neve. A temperatura no termômetro do carro caindo, caindo, a altitude
aumentando, aumentando, quando começaram uns pingos de neve, mais pingos e uma
tempestade de neve. Paramos, gastamos 30 min colocando as correntes e fomos. Sim,
levamos mais de 1h pra chegar às sequoias, a estrada é super íngreme e cheia de
curvas. Nunca imaginamos ver aquela paisagem, pois 1h atrás estávamos de camiseta
em um sol de rachar.
O
parque também é lindo, as árvores são enormes, mas não pudemos ter uma noção
exata do seu tamanho, já que uma parte considerável dos troncos e as raízes estavam
debaixo de neve. O Sequoia National Park tem ligação com o Kings Canyon
National Park, mas naquele dia a estrada estava interditada por causa da neve. Recomendo
muito visitar o parque, ele é muito bonito e as árvores são impressionantes. Uma
das principais atrações é a sequoia chamada General Sherman, considerada o ser
vivo com a maior biomassa da Terra. Ela possui mais de 83m de altura e tem
cerca de 2.500 anos. Acredito que tanto Yosemite quanto o Sequoia National Park
sejam mais interessantes no verão, porque é possível ver as paisagens como um
todo, os vales, lagos, vegetação, etc, mas eles ficaram muito charmosos brancos
de neve e com certeza valeu muito a pena. São paisagens que jamais iremos
esquecer.
Grand Canyon National Park
O
outro parque que visitamos foi o Grand Canyon National Park. Desde os planos
iniciais da viagem estávamos decididos a conhecer o Grand Canyon, já que estaríamos
tão pertinho e há várias opções de passeio saindo de Las Vegas. Depois de muito
pesquisar e comparar valores, optamos por fazer o passeio de helicóptero até
lá, mesmo sendo cerca de $500 por pessoa. Porém, quando chegamos a San Diego, já
estávamos um pouco cansados de mar, sol e queríamos ver coisas diferentes, além
de ser uma super ideia economizar estes $500 do helicóptero.
Então,
pesquisamos na internet e descobrimos que o Grand Canyon pertinho de Las Vegas,
na realidade, não pertence ao Parque Nacional do Grand Canyon, é somente uma
pontinha do canyon que atrai turistas pela proximidade em relação a Vegas. Naquela
noite, decidimos tirar um dia de San Diego e ir de carro até o verdadeiro Grand
Canyon, no estado do Arizona. Levamos cerca de 8h de carro de San Diego até Williams,
onde dormimos, com direito a uma parada rápida em Palm Springs e no outlet (ah
vá!) de Desert Hills. Williams fica a 100 km da entrada do parque e optamos por
ficar lá porque os hotéis mais perto estavam bem caros.
Gente,
esta foi a decisão mais certa de toda a viagem! Valeu muito a pena e tivemos um
dia delicioso no parque! Por Williams, entramos pelo acesso sul do Parque
Nacional, que é o mais famoso de todos e reúne 12 mirantes maravilhosos,
várias trilhas e uma estrutura completa com restaurantes, lojas, mercadinho e ônibus
para visitar os mirantes, o que facilitou muito. Na entrada do parque, você recebe
um mapa da região, das linhas de ônibus internas e indicações dos melhores
locais para ver o sol nascer e se pôr. Pagamos $25 no ingresso por carro. Deixamos
nosso carro no estacionamento e usamos o serviço de ônibus do parque para
transitar lá dentro, o que foi super ágil e fácil. A luz do sol muda as
paisagens conforme o dia vai passando, principalmente ao entardecer, por isso
vale a pena deixar um dia todo para o passeio. Se tivéssemos mais tempo, com certeza ficaríamos mais dias na região para fazer algumas trilhas e explorar mais peculiaridades do parque.
Enfim,
todos estes quatro parques valem a visita! Afinal, nós podemos criticar muitas
coisas no estilo de vida dos americanos, mas também temos muito o que aprender
com eles. Este tipo de passeio mostra que os EUA são muito mais do que Miami,
Nova York, outlet, fast food e consumismo. Eles têm lindas paisagens e uma
estrutura surpreendente para receber turistas do mundo inteiro.
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