domingo, 1 de fevereiro de 2015

Parques Nacionais nos EUA: Joshua Tree, Yosemite, Sequoia, Grand Canyon

Hoje farei um post sobre os parques nacionais nos Estados Unidos. Ano passado, tive a oportunidade de visitar quatro deles e fiquei impressionada não somente com a beleza e as singularidades de cada um, mas principalmente com a estrutura que eles oferecem, que dá de dez a zero em qualquer parque brasileiro. Visitei o Joshua Tree National Park, o Yosemite National Park, o Sequoia National Park e o Grand Canyon National Park. Os três primeiros ficam na Califórnia (prometo que farei posts sobre a minha experiência por lá, mas tudo se resume em: é muito amor num lugar só), e o último no estado do Arizona. Todos valem demais a visita!

Falando no geral, os parques nos Estados Unidos seguem um padrão e tem uma super estrutura. Nestes quatro, e acredito que na maior parte dos parques por lá, você paga um valor por carro para entrar, independente do número de passageiros, que varia entre $10 e $25, e com aquele ticket pode entrar no parque por sete dias consecutivos. Logo na entrada você recebe um mapa com várias informações úteis e super bem explicado, e um jornal com informações gerais. O Joshua era menor, então não tinha tanta estrutura e precisamos sair para almoçar (pelo menos na região que visitamos não vimos lugar para comer lá dentro), mas os outros três tinham restaurantes, centro de informações turísticas, lojinhas, camping e até hotel. E o bacana destes parques é que você pode explorar por conta, transitar de carro e fazer o seu roteiro.







Joshua Tree National Park

O Joshua Tree National Park eu visitei no período que estava lá estudando com as minhas amigas. Saímos cedo de San Diego e levamos quase 3h para chegar (ele fica perto de Palm Springs, outro lugar lindo). O parque chama a atenção por estar em uma zona desértica que inclui partes dos desertos de Mojave e Colorado, e por ser composto por rochas arredondadas, montanhas e vegetação esquisita. A região é bem interessante. O parque é enorme e conhecemos apenas um pedacinho, já que voltamos no mesmo dia. Pesquisamos algumas imagens na internet no dia anterior, mas quando chegamos lá não encontramos exatamente aquilo, provavelmente porque o dia estava nublado e era inverno. Imagino que o parque seja mais bonito na primavera e no verão. Mesmo assim, valeu muito a pena pela sua singularidade e o passeio rendeu fotos muito legais.













Yosemite National Park

Os outros parques eu conheci durante a nossa viagem pela Califa. Tudo começou porque não queríamos ficar somente na costa, já que tínhamos 23 dias, e resolvemos pesquisar outros passeios legais por perto. Foi aí que descobrimos o Yosemite National Park e ele nos surpreendeu demais. Começamos nossa viagem por San Francisco, mas antes de descer para Carmel e Monterey, fomos até Yosemite. Como em San Francisco não precisávamos de carro, pegamos nosso super automóvel no último dia e de lá seguimos direto para Oakhurst, uma cidadezinha do lado de uma das entradas principais do parque. De San Francisco até lá levamos, mais ou menos, cinco horas. Cinco horas debaixo de chuva. Então chegamos a Orkut (como apelidamos carinhosamente a cidade) desanimados, achando que nosso dia no parque seria super chato... mas foi aí que apareceu a primeira e talvez maior surpresa da viagem. Acordamos no dia seguinte, abrimos a janela, olhamos pro horizonte e “CARACA, TÁ TUDO BRANCO DE NEVE”! Detalhe: nunca, nunca mesmo, pensei em pegar neve na Califórnia na primavera, ou seja, todas as minhas roupas de frio já estavam prontas pra voltar pro Brasil lindas e embaladas na mala.... que ficou na casa da Manu em Irvine! Sorte que tinha um casaco da North Face, uma camiseta de manga longa, um cachecol e, sei lá qual a razão, um par de polainas. Se não fosse isso, provavelmente eu estaria até agora lá congelada.

Passado o desespero e a emoção iniciais, pegamos o carro e seguimos em direção ao parque. Quanto mais subíamos a estrada, mais forte ficava a neve. De repente, um bloqueio da polícia e as emoções estavam apenas começando. Somos parados e o policial, simpático que só ele, questiona se temos correntes para neve para colocar nos pneus, o que nos obriga a voltar alguns km para comprar em um mercadinho na beira da estrada. Compradas as correntes, por sorte apareceram uns mexicanos para nos ensinar como colocar aquele negócio nos pneus, porque não fazíamos a menor ideia. Correntes nos seus devidos lugares, o carro fazendo um barulho enorme, os dois morrendo de medo de estar fazendo alguma coisa errada com os pneus, lá fomos nós! Yosemite não lembrava em nada as fotos que vimos na internet. Ele estava congelado, branco de neve pra todos os lados, mas mesmo assim lindo!!!! Os vales, as cachoeiras, a estrutura, tudo muito legal!!!! Com certeza, no verão as paisagens são completamente diferentes... mas confesso que ter visto neve na Califórnia em plena primavera foi uma surpresa muito feliz! :)









Sequoia National Park

Nossa ideia era ficar dois dias em Yosemite, porque lemos que ele era enorme e tal. Porém, com a neve vários lugares estavam interditados e naquela noite abrimos o mapa para descobrir outro lugar por perto para conhecer no dia seguinte antes de seguir pra Monterey. Foi aí que descobrimos o Sequoia National Park, famoso por abrigar as maiores árvores do mundo. A distância entre os dois é de, mais ou menos, 200 km e o dia estava lindo e ensolarado. Chegamos à entrada do parque e a moça falou que só poderíamos entrar se tivéssemos as correntes de neve. Questionamos a razão, já que estava super calor, e ela respondeu: porque tá nevando lá em cima. Pensamos: lá em cima onde? E entramos no parque.

Detalhe: a moça da guarita explicou que a distância era de 15 milhas, o que dá mais ou menos 24 km, até as sequoias, e isso levaria de 1h a 1h30. Fechamos o vidro e rimos: 1h para fazer 15 milhas?! Senta lá, Claudia! E começamos a subir, subir, subir, curvas íngremes, subidas e um alerta: só continue se tiver correntes para neve. A temperatura no termômetro do carro caindo, caindo, a altitude aumentando, aumentando, quando começaram uns pingos de neve, mais pingos e uma tempestade de neve. Paramos, gastamos 30 min colocando as correntes e fomos. Sim, levamos mais de 1h pra chegar às sequoias, a estrada é super íngreme e cheia de curvas. Nunca imaginamos ver aquela paisagem, pois 1h atrás estávamos de camiseta em um sol de rachar.

O parque também é lindo, as árvores são enormes, mas não pudemos ter uma noção exata do seu tamanho, já que uma parte considerável dos troncos e as raízes estavam debaixo de neve. O Sequoia National Park tem ligação com o Kings Canyon National Park, mas naquele dia a estrada estava interditada por causa da neve. Recomendo muito visitar o parque, ele é muito bonito e as árvores são impressionantes. Uma das principais atrações é a sequoia chamada General Sherman, considerada o ser vivo com a maior biomassa da Terra. Ela possui mais de 83m de altura e tem cerca de 2.500 anos. Acredito que tanto Yosemite quanto o Sequoia National Park sejam mais interessantes no verão, porque é possível ver as paisagens como um todo, os vales, lagos, vegetação, etc, mas eles ficaram muito charmosos brancos de neve e com certeza valeu muito a pena. São paisagens que jamais iremos esquecer.









Grand Canyon National Park

O outro parque que visitamos foi o Grand Canyon National Park. Desde os planos iniciais da viagem estávamos decididos a conhecer o Grand Canyon, já que estaríamos tão pertinho e há várias opções de passeio saindo de Las Vegas. Depois de muito pesquisar e comparar valores, optamos por fazer o passeio de helicóptero até lá, mesmo sendo cerca de $500 por pessoa. Porém, quando chegamos a San Diego, já estávamos um pouco cansados de mar, sol e queríamos ver coisas diferentes, além de ser uma super ideia economizar estes $500 do helicóptero.

Então, pesquisamos na internet e descobrimos que o Grand Canyon pertinho de Las Vegas, na realidade, não pertence ao Parque Nacional do Grand Canyon, é somente uma pontinha do canyon que atrai turistas pela proximidade em relação a Vegas. Naquela noite, decidimos tirar um dia de San Diego e ir de carro até o verdadeiro Grand Canyon, no estado do Arizona. Levamos cerca de 8h de carro de San Diego até Williams, onde dormimos, com direito a uma parada rápida em Palm Springs e no outlet (ah vá!) de Desert Hills. Williams fica a 100 km da entrada do parque e optamos por ficar lá porque os hotéis mais perto estavam bem caros.

Gente, esta foi a decisão mais certa de toda a viagem! Valeu muito a pena e tivemos um dia delicioso no parque! Por Williams, entramos pelo acesso sul do Parque Nacional, que é o mais famoso de todos e reúne 12 mirantes maravilhosos, várias trilhas e uma estrutura completa com restaurantes, lojas, mercadinho e ônibus para visitar os mirantes, o que facilitou muito. Na entrada do parque, você recebe um mapa da região, das linhas de ônibus internas e indicações dos melhores locais para ver o sol nascer e se pôr. Pagamos $25 no ingresso por carro. Deixamos nosso carro no estacionamento e usamos o serviço de ônibus do parque para transitar lá dentro, o que foi super ágil e fácil. A luz do sol muda as paisagens conforme o dia vai passando, principalmente ao entardecer, por isso vale a pena deixar um dia todo para o passeio. Se tivéssemos mais tempo, com certeza ficaríamos mais dias na região para fazer algumas trilhas e explorar mais peculiaridades do parque.












Enfim, todos estes quatro parques valem a visita! Afinal, nós podemos criticar muitas coisas no estilo de vida dos americanos, mas também temos muito o que aprender com eles. Este tipo de passeio mostra que os EUA são muito mais do que Miami, Nova York, outlet, fast food e consumismo. Eles têm lindas paisagens e uma estrutura surpreendente para receber turistas do mundo inteiro.

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