segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Caminho alternativo

No dia seguinte, após um breve passeio por San Martin de los Andes, era hora de seguir viagem rumo à primeira cidade turística do roteiro inicial: Bariloche. Apesar de receber a maioria dos turistas no inverno, o verão também garante belas paisagens e passeios naquela região. Resolvemos seguir por um caminho alternativo, recomendado pelo dono do hotel em San Martin. O “Caminho dos Sete Lagos”, como é conhecido, liga San Martin de los Andes à Villa la Angostura, totalizando 110 km de natureza exuberante. Ele recebe este nome pois durante o trajeto passa-se por sete lagos: Espejo, Correntoso, Villarino, Falkner, Machónico, Laçar e, o mais famosos deles, Nahuel Huapi. Impossível não parar em cada curva para admirar a beleza do lugar e tirar fotos. Mesmo uma parte da estrada sendo de terra e bastante estreita, vale a pena. O dia ensolarado e quente completou o passeio, que realmente surpreende. O azul do céu e dos lagos, que reflete tudo ao seu redor como um grande espelho, contrasta com o verde da natureza, o branco da neve no topo das montanhas da Cordilheira dos Andes e o amarelo das flores que nos acompanharam durante quase todo o percurso.





Villa la Angostura é uma cidade com aproximadamente 12 mil habitantes, entre San Martin de los Andes e Bariloche, na margem noroeste do Lago Nahuel Huapi. Um lago de origem glacial, com cerca de 550 km², 700 metros acima do nível do mar e próximo à fronteira com o Chile, este é Nahuel Huapi. O que mais chama a atenção é a sua cor, que varia de acordo com o tempo. Em dias ensolarados predomina o azul-turquesa, que muda para um tom prateado em dias nublados e quando chove suas águas ficam quase negras. “Jardin de la Patagonia”, como é conhecida Villa la Angostura, é realmente maravilhosa e inesquecível. Depois de duas mudanças no roteiro, finalmente chegamos a Bariloche.

sábado, 27 de dezembro de 2014

A grande 'Pequena Bariloche'

Tudo estava dentro do planejado, até que uma manifestação fechou a rodovia para Bariloche e o primeiro imprevisto nos levou a uma das cidades mais charmosas da Argentina. Apesar de termos chegado à noite, San Martin de los Andes chamou a atenção com suas luzes e sua arquitetuta. A cidade, que tem cerca de 23 mil habitantes, está a aproximadamente 40 km da fronteira com o Chile, encravada na Cordilheira dos Andes (que nos acompanhou em mais uma aventura!). Localizada a 1.500 km da capital, Buenos Aires, essa pequena localidade atrai turistas o ano inteiro, pois oferece, no verão, praias de areia vulcânica, além de esportes radicais nos rios e corredeiras da região. Já durante o inverno, as montanhas nevadas e o frio intenso garantem muita diversão com suas mais de 20 pistas de esqui.




Na manhã seguinte queríamos pegar a estrada cedo rumo a Bariloche, mas a “Pequena Bariloche”, como é conhecida San Martin de los Andes, nos prendeu por algumas horas. As belezas naturais daquele lugar são realmente impressionantes. A neve, assim como na primeira viagem, dominava os picos mais altos, sempre contrastando com o calor que fazia durante o dia. A Cordilheira dos Andes mostrava mais uma de suas faces, dessa vez cercada pelo verde da natureza e o azul dos lagos. A localidade parecia uma cidade de boneca, tudo decorado, cada coisa no seu lugar. Uma típica cidade aos pés da montanha, cercada por neve e lagos, como nos filmes. Depois de conhecer Bariloche, San Martin de los Andes realmente merece o título de “Pequena Bariloche”.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Mais uma aventura

Olá! Vou continuar com os posts antigos, desta vez sobre a viagem que fizemos em dezembro de 2004 para Ushuaia, na Argentina.


Pouco mais de nove meses depois da conquista do deserto, a Patagônia Argentina e a Terra do Fogo nos esperavam, com suas surpresas e encantos. Em dezembro de 2004, nosso destino era Ushuaia, a cidade mais ao sul do mundo. Chegar de carro até lá realmente é uma grande aventura, possível apenas no verão, pois no inverno o gelo domina a região e alguns locais são impossíveis de atravessar. Mais uma vez variamos entre o frio e o calor, o mar e o topo das montanhas, as grandes metrópoles e as cidades isoladas do interior. Conhecemos pinguins, leões, elefantes e lobos marinhos, cidades turísticas, como Bariloche e Punta Del Este, pratos típicos, vimos o dia amanhecer às três horas da manhã e o sol se pôr às dez horas da noite... são coisas que apenas os lugares mais extremos do mundo podem oferecer.


A mala, como em fevereiro, reunia roupa de verão e inverno, as blusas de lã e enormes casacos se misturavam com trajes de praia. Uma boa dose de comida e bebida, pois não sabíamos o que nos esperava pela frente e quando apareceria a próxima cidade ou restaurante. De Videira (SC) até Ushuaia, em linha reta, são 3.340 km. Por rodovia, a distância aumenta para 4.946 km. Contando a ida e a volta, todos os passeios e constantes imprevistos, totalizamos 14.216 km rodados, em 24 dias de viagem. É essa aventura que vocês começarão a acompanhar a partir do próximo post. Preparem-se para se surpreender a cada curva.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Redes baratas nos EUA

Olá! O post de hoje reúne algumas dicas de franquias boas e baratas para comer nos Estados Unidos (e em outros lugares também, afinal, algumas delas são mundiais), ainda mais nesta época de dólar alto. Vou falar somente de lugares que eu experimentei e achei o custo/benefício muito bom. Talvez alguns deles existam somente na Califórnia, mas #ficaadica pra conhecer a Califa e experimentar estas delícias. Nas minhas viagens, se eu preciso economizar em algo, uma das primeiras coisas é a comida. Então são restaurantes baratos e no estilo fast food, nada de luxo, mas super gostosinhos. Esse post também serve para aqueles que pensam que viajar é um grande investimento, é possível SIM viajar gastando pouco e ainda voltar cheio de comprinhas.

Claro que não vou falar dos clássicos Mc Donalds, Subway e Burger King, mas eles também são dicas legais.

Denny's – Este ganhou meu coração com todas as forças. Nunca tinha ouvido falar, até que um professor na pós em Irvine comentou sobre esta franquia e disse que todos tínhamos que experimentar. Como boa gordinha, gravei o nome e toda vez que via um pela estrada lembrava que precisava testar antes de ir embora. Não lembro quando foi a primeira vez que comi, mas foi amor à primeira vista. Tem várias opções (peixe, carne, frango, massa, sobremesas deliciosas), é super fácil de achar e os pratos variam de $10 a $20, mas a maioria é menos de $15. Os pratos são bem saborosos e elaborados, sempre com acompanhamento que você pode escolher. Achei uma delícia e talvez tenha sido o lugar que eu mais comi nesta viagem (a briga é feia entre o Denny's e a Cheesecake Factory). Sempre que batia a fome e estávamos no meio da estrada, abríamos o Yelp (vou falar dele no final) e procurávamos um Denny's, garantia de comida boa e barata.


The Cheesecake Factory – Ahhhh a Cheesecake Factory, lugar de (quase) todos os almoços de domingo. Gente, esse lugar é uma delícia e parece que vai abrir no Brasil #comemora. Eles servem de tudo, pratos elaborados, saborosos e muito bem servidos. Tem opções de todos os preços e no geral ele é um pouquinho mais caro que as redes de fast food, mas super pagável, fora que o ambiente é bem legal e o atendimento bom. E não deixe de experimentar os deliciosos cheesecakes, marca registrada deles.


Outback – Ok, eu sei que temos Outback no Brasil, mas não vou muito por motivos de: achar muito caro. Porém, nos EUA, ele é bem mais acessível e os pratos são tão bons quanto aqui. Vale muito a pena, a carne deles é maravilhosa!


Hard Rock – Na verdade, eu acho o Hard Rock carinho mesmo lá fora, mas vale a pena conhecer pelo ambiente. O preço, com certeza, é menor do que será aqui quando abrir.



Carl’s Jr., IN-N-OUT, Wendy's – Estas são redes de fast food (leia-se hambúrguer) estilo Mc Donalds, mas muito melhor. Os lanches são bem saborosos.





IHOP – Nunca tinha reparado neste lugar e talvez nunca repararia, se a turca que morasse comigo não passasse 95% do tempo que convivemos juntas dizendo que a International House of Pancake é o melhor lugar do mundo. Não é o melhor, mas chega bem perto haha! Como o nome diz, a especialidade deles é panqueca, aquela bem americana, e tem pra todos os gostos, pratos doces e salgados.


Panda Express – Conheci o Panda Express porque eles têm uma loja na praça de alimentação da UCI. É uma rede de comida chinesa onde você monta a sua refeição (tem tipo um buffet e você escolhe o que quer). A comida é bem gostosa e no estilo do China in the Box, só tem que cuidar com a pimenta, eles colocam pimenta em tudo e eu, particularmente, tenho pavor de pimenta. Então, sempre antes de montar o seu prato pede pra experimentar um pouquinho pra ver a intensidade do tempero (#ficaadica ), mas no geral é bem gostoso.



Taco Bell – É uma rede de fast food de comida mexicana. Tá, digamos que não é beeeem comida mexicana, tem um gosto meio industrializado, mas eu curto bastante pelo preço. Tem nachos, tacos, burritos... e cuidem com a pimenta (o cardápio deles sinaliza o que é mais picante, mas se você não curte pimenta, melhor pedir sem de uma vez)!



Cold Stone Creamery – Eu sei que temos aqui também, mas em poucas cidades ainda. Na minha opinião, eles têm o melhor sorvete do mundo. E o melhor é que você monta o seu sorvete como quiser :)



Dunkin Donuts – O melhor donut do mundo, eu acho. Tem de vários tipos, sabores e o preço é muito bom. Fica a dica para o café da manhã ou o lanche da tarde. E eles vendem caixas com várias unidades, é legal pra levar para o hotel pra quando bate aquela fominha e você não quer atacar o frigobar.



Pizza Hut e Domino's – Eu não curto pizza americana, acho o molho de tomate deles muito forte e ruim, mas pra quem gosta, o preço é bom.




KFC – Conheci o KFC na Alemanha, em um momento de desespero porque não aguentava mais comprar comida e vir algo mega apimentado e temperado, e foi amor à primeira vista. O frango deles é muito muito muito bom, os sanduíches também. Tem coisa mais gordinha e feliz que um balde de frango frito?!



Applebee's e TGI Fridays – Comi poucas vezes em cada um, mas os pratos são bem gostosos e têm opções para todos os gostos e bolsos.




Bubba Gump – Bubba Gump é uma rede de frutos do mar, com destaque para os pratos com camarão. Confesso que não achei tudo aquilo, ou dei azar no prato que eu experimentei, ou as pessoas subestimam este restaurante. No geral, ele é gostosinho e o ambiente é bem legal, apesar de ser um pouco mais carinho que as outras sugestões. Não seria um lugar que eu voltaria, mas de repente você tem mais sorte que eu.


Tim Hortons – O Tim Hortons é uma rede canadense de cafeterias e nem devia estar aqui, mas, gente, ele é muuuito bom e merecia um espacinho. Tem tudo que vocês podem imaginar, os preços são super baratos e o chocolate quente branco deles pode entrar fácil na disputa de oitava maravilha do mundo.



CUIDADO, ALERTA, ROUBADA – Nunca, mas nunca mesmo, vá ao Popeyes. Ano passado, meu irmão enfiou na cabeça que queria comer neste lugar, porque na propaganda tudo parecia delicioso. Pelo que entendi, é uma rede de frango e camarão, mas é muito muito muito ruim. Pedi um camarão, mas veio mais farinha e óleo do que qualquer outra coisa, o frango do meu irmão também estava horrível.



YELP – O Yelp é um aplicativo super legal pra celular onde você pode procurar um estabelecimento específico ou ver o que tem perto de você, ele mostra a distância e a rota. Ele funciona super bem e nos ajudou em vários momentos durante a viagem. Por exemplo, estávamos verdes de fome e queríamos um Denny's, ele nos levava até lá. Nos EUA, os estabelecimentos não ficam na beira da estrada principal, mas sim nas vias de acesso, então ele mostrava a saída correta e o caminho. Outra dica é se você vai em um restaurante novo, o aplicativo mostra fotos dos pratos e tem avaliações de outros clientes, ajuda bastante na hora de decidir se vale ou não a pena conhecer o local.



Espero que vocês gostem das dicas. Claro que a opção mais barata será sempre hambúrguer, mas com um pouquinho mais é possível comer bem e experimentar coisas diferentes. Se eu lembrar mais algum lugar, adiciono aqui depois.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Dica quente: Hotwire

Hoje queria compartilhar com vocês uma dica super legal para os viajantes de plantão, antes de continuar a saga de carro pela América do Sul. Vocês já ouviram falar no site Hotwire? Não? Então guardem este nome, a salvação para o seu bolso (#vaipormim). O Hotwire nada mais é do que um site estilo Decolar e Kayak, ou seja, uma agência de viagens na internet. A diferença é que no Hotwire você realiza as reservas “no escuro” e a um preço muito mais acessível.

                 
Eu conheci o Hotwire através de um amigo e sempre dava uma olhada, mas confesso que nunca botei muita fé nesse negócio de reserva “no escuro”, no final sempre arranjava uma promoção bacana nos sites convencionais e deixava ele pra lá. Até que eu viciei nesse negócio e pude gastar feliz os dólares que economizei com ele nos outlets, Macys, Forevers 21, Centurys 21, H&Ms, Walmarts da vida (#muitoamor).

Tudo começou quando eu e minhas amigas resolvemos passar um feriado em Las Vegas. Ficamos nos enrolando, com direito à confusão com as meninas que moravam comigo (precisava registrar isso aqui pra rir mais um pouco da cara da turca quando eu falei que não ia pra Vegas com elas), e quando fomos reservar nosso carro os preços em todos os sites estavam absurdos. Aí lembrei do Hotwire e pimba! Pegamos um carro da Hertz, um Nissan Versa branco e lindo, com menos de 1.000 km rodados, limpinho, cheirosinho e fomos felizes e saltitantes pra Las Vegas. E o melhor, super barato!

Então, gente, voltando ao foco do post, o Hotwire é um site de reservas de hotel, carro e avião normal, como todos os outros, a diferença é que você não sabe o hotel, a companhia aérea ou a companhia de aluguel de carro que você está reservando até efetuar o pagamento. O Hotwire fornece todas as “pistas”, por exemplo, no caso do carro eu via a categoria do carro, mas não sabia qual carro seria exatamente e nem a companhia. Quando você procura hotel, ele fala a localização do estabelecimento na cidade (aí você abre o mapa da cidade e analisa, vê a distância mais ou menos para os pontos turísticos), o que ele oferece de graça e o que é cobrado à parte (café da manhã, internet, estacionamento, piscina, sala de ginástica, etc), mostra o número de estrelas e algumas redes famosas que você PODE pegar, pra você ter uma ideia do nível do hotel (não quer dizer que você pegará uma daquelas redes, é mais para você ter uma ideia do que irá encontrar). Ah! Ele também mostra o preço original e quanto você vai pagar através dele. Dãããr, esqueci deste detalhe lá em cima, o Hotwire é tipo um site de descontos, os preços são bem menores que nos sites comuns, por isso eu super indico ele, aí que está a parte mais bacana da questão hahaha Nunca comprei passagens aéreas com ele.

E o melhor do pacote são aqueles segundinhos de ansiedade e tensão entre o pagamento confirmado e a chegada do e-mail com todos os dados da sua reserva. Juro que esta ansiedade é bacana! Resumindo, você realiza o pagamento (esse é um ponto ruim, você tem que pagar sempre no ato da reserva com cartão de crédito internacional, enquanto o booking, por exemplo, tem a opção de pagar na chegada ao hotel e você pode levar em espécie, já que o imposto é menor). Assim que confirma o pagamento, você já recebe a confirmação e todos os dados certinhos, como nome do hotel, endereço e tal.

Quando fiz a viagem pela Califórnia reservamos a maioria dos hotéis por ele e não tenho nenhuma reclamação. Todos os hotéis muito bons, os preços melhores ainda, e tudo atendeu às expectativas. Nosso único receio era o hotel em Las Vegas, porque queríamos algo muito legal e bem localizado, já que não teríamos carro lá. Então nos enrolamos bastante pra reservar, até que tomamos coragem e deu tudo certo. Pagamos U$ 87 dólares na diária do Vdara, cinco estrelas, com ligação interna com o Bellagio e do lado do Aria, super moderno, chique, enorme e o melhor que ele não tem cassino, então é tranquilo andar na recepção, porque não fica aquele aglomero de turistas. Na recepção, inclusive, tinha um mini mercado e um Starbucks.


Só usei o Hotwire nos EUA, não sei como ele funciona na Europa. Pra mim, Europa é sinônimo de hostel, muito mais divertido :)

O Hotwire ainda não tem versão em português, mas é bem tranquilo e intuitivo de mexer. Fica a dica! Super recomendo o Hotwire!

domingo, 14 de dezembro de 2014

Bem-vindo ao Brasil!

Depois de 12 dias viajando, que passaram muito mais rápido do que eu imaginava quando entrei contra minha vontade no carro em Videira, chegamos novamente ao Brasil. Depois de uma fila enorme na aduana em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, conseguimos atravessar a fronteira. Depois de conhecer diversos pontos turísticos argentinos e chilenos, as terras gaúchas ainda reservavam mais uma surpresa. Decidimos visitar a simpática cidade de São Miguel das Missões. Localizado no noroeste do Rio Grande do Sul, o município abriga o Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, o maior legado dos Sete Povos Missioneiros e um dos principais vestígios das Missões Jesuíticas dos Guaranis. Em 1983, as ruínas foram declaradas Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. No lugar também está o Museu das Missões, onde se encontram estátuas feitas pelos índios guaranis. A construção da igreja iniciou em 1735, sendo concluída somente 10 anos depois. O padre jesuíta italiano, Gean Battista Primoli, foi o responsável pela obra, que teve influência barroca.

O mais surpreendente é caminhar no meio das construções, podendo observar todos os traços arquitetônicos. Antes de começar o passeio, é exibido um vídeo e um guia explica a história das missões e como elas eram organizadas. Durante a caminhada no meio das ruínas, é impossível não imaginar como tudo funcionava antigamente. A igreja é realmente gigantesca e o lugar transmite muita paz. Cercado de verde e grandes árvores, longe do barulho e da poluição, parece que voltamos no tempo por algumas horas. A grandiosidade e a perfeição da construção nos fazem refletir sobre a quantidade de índios que trabalharam para que ela fosse concluída e a maneira como os jesuítas coordenavam todo o trabalho.

O Caminho das Missões faz a ligação entre as cidades de São Borja e Santo Ângelo, totalizando 325 quilômetros. Os Sete Povos das Missões são: São Miguel das Missões, São Lourenço Mártir, São João Batista, São Nicolau, São Borja, São Luís Gonzaga e Santo Ângelo. Os quatro primeiros ainda possuem ruínas, já nos últimos três povos elas foram totalmente destruídas. A viagem estava completa... depois de 14 dias viajando, variando do frio ao calor, do mar ao topo das montanhas, do oceano ao deserto, da Cordilheira dos Andes ao Deserto do Atacama, estávamos voltando para casa com imagens inesquecíveis e muitas histórias pra contar. E também com a certeza de que valeu a pena! Naquele momento, o fato da viagem ser de carro ou durante o Carnaval não tinha mais a menor importância. Carnaval tem todo ano... e o carro era bom ir se acostumando, porque em dezembro daquele mesmo ano a viagem seria muito mais longa (preparem-se)!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Aconcágua

Após alguns quilômetros, a Cordilheira dos Andes nos aguardava novamente, com suas belezas naturais e suas gélidas temperaturas. Decidimos visitar o Parque Provincial Aconcágua, onde se encontra o Monte Aconcágua, que significa “Sentinela de Pedra”. Com seus 6.962 metros de altitude, é o ponto mais alto das Américas, de todo o Hemisfério Sul e o mais elevado do planeta fora da Ásia. O pico localiza-se nos Andes Argentinos e desafia montanhistas do mundo inteiro. Infelizmente, não tivemos a sorte de ver o topo do Aconcágua. Naquele dia, o tempo estava nublado, fechado e ventando muito, e o pico estava escondido atrás da neblina. Permacemos um tempo na esperança de que o vento expulsasse a névoa e permitisse a visualização, o que não aconteceu. De acordo com os montanhistas que se aventuram na região, o grande problema é enfrentar o frio e a falta de oxigênio, comum em grandes altitudes.


O mirante é cercado por montanhas, que possuem as mais variadas formas, algumas bastante pontiagudas, outras mais suaves. O tempo completou o cenário e parecia que estávamos no fim do mundo. Como não era posssível enxergar o que havia depois da neblina e da névoa, a impressão era de que tudo acabava ali e seríamos engolidos por aquela fumaça branca. Como o tempo só piorava, a temperatura baixava e o vento soprava cada vez mais forte, achamos melhor deixar o Monte Aconcágua para uma próxima oportunidade. Tiramos algumas fotos, passamos mais um pouco de frio, caminhamos na região e seguimos viagem. Essa era nossa despedida definitiva da Cordilheira dos Andes.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Chegamos ao Oceano Pacífico

Deixamos para trás o Deserto do Atacama e partimos rumo ao litoral. Decidimos passar um dia descansando em La Serena, um famoso balneário chileno. Como lá a alta temporada é em fevereiro, a praia estava lotada, o que era notável nas filas dos restaurantes e no movimento na avenida. La Serena lembra muito as praias brasileiras, principalmente a Avenida Del Mar, nem parecia que estávamos em outro país. Os outdoors, a ciclovia, os vendedores, os barzinhos, tudo muito parecido. Mas basta chegar na areia e, principalmente, no mar para notar as principais diferenças. A areia é mais grossa e tem muitas conchas, de diversos tamanhos e formas, e a água é gelada demais. Talvez por isso a maioria das pessoas prefira ficar apenas na areia ou nas piscinas. É comum a temperatura da água ficar em torno dos 15ºC.

 
 
 

La Serena é a capital da Região de Coquimbo e possui uma área de 1.892,8 km². Banhada pelo Oceano Pacífico, atrai muitos turistas durante o verão. É a segunda cidade mais antiga do Chile, que já foi saqueada e destruída por piratas diversas vezes ao longo do século XVIII. A ciclovia na Avenida Del Mar era bastante movimentada e resolvemos passear também. Depois de alguns problemas de comunicação no hotel, conseguimos fazer com que eles entendessem que queríamos quatro bicicletas. Pedalamos muito, conhecemos algumas praças, tomamos sorvete, tiramos fotos e retornamos ao hotel curtir a piscina, já que a temperatura do mar espantava os banhistas. No final do dia, vimos o sol se pôr no Oceano Pacífico e comemos uma pizza deliciosa. Daquele ponto da viagem em diante, era só começar a voltar. Claro que fizemos uma rota diferente e conhecemos outros lugares. Depois do Deserto do Atacama, agora era o Oceano Pacífico que ficava para trás.