Depois de 12
dias viajando, que passaram muito mais rápido do que eu imaginava quando entrei
contra minha vontade no carro em Videira, chegamos
novamente ao Brasil. Depois de uma
fila enorme na aduana em Uruguaiana, no Rio
Grande do Sul, conseguimos atravessar a fronteira. Depois de
conhecer diversos pontos turísticos argentinos e chilenos, as terras gaúchas
ainda reservavam mais uma surpresa. Decidimos visitar a simpática cidade
de São Miguel das Missões.
Localizado no noroeste do Rio Grande do Sul, o
município abriga o Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo,
o maior legado dos Sete Povos Missioneiros e um dos principais vestígios das Missões
Jesuíticas dos Guaranis. Em 1983, as ruínas foram declaradas
Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. No lugar também está o Museu
das Missões, onde se encontram estátuas feitas pelos índios guaranis. A
construção da igreja iniciou em 1735, sendo concluída somente 10 anos depois. O
padre jesuíta italiano, Gean Battista Primoli, foi o responsável pela obra, que
teve influência barroca.
O mais
surpreendente é caminhar no meio das construções, podendo observar todos os
traços arquitetônicos. Antes de começar o passeio, é exibido um vídeo e um guia
explica a história das missões e como elas eram organizadas. Durante a
caminhada no meio das ruínas, é impossível não imaginar como tudo funcionava
antigamente. A igreja é realmente gigantesca e o lugar transmite muita paz.
Cercado de verde e grandes árvores, longe do barulho e da poluição, parece que
voltamos no tempo por algumas horas. A grandiosidade e a perfeição da
construção nos fazem refletir sobre a quantidade de índios que trabalharam para
que ela fosse concluída e a maneira como os jesuítas coordenavam todo o trabalho.
O Caminho
das Missões faz a
ligação entre as cidades de São Borja e Santo Ângelo, totalizando
325 quilômetros. Os Sete Povos das Missões são: São Miguel das Missões, São
Lourenço Mártir, São João Batista, São
Nicolau, São Borja, São
Luís Gonzaga e Santo
Ângelo. Os quatro primeiros ainda possuem ruínas, já nos
últimos três povos elas foram totalmente destruídas. A viagem estava
completa... depois de 14 dias viajando, variando do frio ao calor, do mar ao
topo das montanhas, do oceano ao deserto, da Cordilheira dos Andes ao Deserto do Atacama,
estávamos voltando para casa com imagens inesquecíveis e muitas histórias pra
contar. E também com a certeza de que valeu a pena! Naquele momento, o fato da
viagem ser de carro ou durante o Carnaval não tinha mais a menor importância.
Carnaval tem todo ano... e o carro era bom ir se acostumando, porque em
dezembro daquele mesmo ano a viagem seria muito mais longa (preparem-se)!
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