domingo, 14 de dezembro de 2014

Bem-vindo ao Brasil!

Depois de 12 dias viajando, que passaram muito mais rápido do que eu imaginava quando entrei contra minha vontade no carro em Videira, chegamos novamente ao Brasil. Depois de uma fila enorme na aduana em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, conseguimos atravessar a fronteira. Depois de conhecer diversos pontos turísticos argentinos e chilenos, as terras gaúchas ainda reservavam mais uma surpresa. Decidimos visitar a simpática cidade de São Miguel das Missões. Localizado no noroeste do Rio Grande do Sul, o município abriga o Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, o maior legado dos Sete Povos Missioneiros e um dos principais vestígios das Missões Jesuíticas dos Guaranis. Em 1983, as ruínas foram declaradas Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. No lugar também está o Museu das Missões, onde se encontram estátuas feitas pelos índios guaranis. A construção da igreja iniciou em 1735, sendo concluída somente 10 anos depois. O padre jesuíta italiano, Gean Battista Primoli, foi o responsável pela obra, que teve influência barroca.

O mais surpreendente é caminhar no meio das construções, podendo observar todos os traços arquitetônicos. Antes de começar o passeio, é exibido um vídeo e um guia explica a história das missões e como elas eram organizadas. Durante a caminhada no meio das ruínas, é impossível não imaginar como tudo funcionava antigamente. A igreja é realmente gigantesca e o lugar transmite muita paz. Cercado de verde e grandes árvores, longe do barulho e da poluição, parece que voltamos no tempo por algumas horas. A grandiosidade e a perfeição da construção nos fazem refletir sobre a quantidade de índios que trabalharam para que ela fosse concluída e a maneira como os jesuítas coordenavam todo o trabalho.

O Caminho das Missões faz a ligação entre as cidades de São Borja e Santo Ângelo, totalizando 325 quilômetros. Os Sete Povos das Missões são: São Miguel das Missões, São Lourenço Mártir, São João Batista, São Nicolau, São Borja, São Luís Gonzaga e Santo Ângelo. Os quatro primeiros ainda possuem ruínas, já nos últimos três povos elas foram totalmente destruídas. A viagem estava completa... depois de 14 dias viajando, variando do frio ao calor, do mar ao topo das montanhas, do oceano ao deserto, da Cordilheira dos Andes ao Deserto do Atacama, estávamos voltando para casa com imagens inesquecíveis e muitas histórias pra contar. E também com a certeza de que valeu a pena! Naquele momento, o fato da viagem ser de carro ou durante o Carnaval não tinha mais a menor importância. Carnaval tem todo ano... e o carro era bom ir se acostumando, porque em dezembro daquele mesmo ano a viagem seria muito mais longa (preparem-se)!

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