segunda-feira, 13 de abril de 2015

Uma Aventura pela Amazônia

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu." - Amyr Klink

Hoje vou fazer um post de uma viagem muuuito bacana que fiz há uns três anos pra Floresta Amazônica! Isso mesmo, passamos três dias naqueles hotéis no meio da floresta, uma experiência única e inesquecível! É uma viagem que todo mundo deveria fazer para conhecer um dos lugares mais apaixonantes e incríveis do mundo, além é claro de valorizar o que é nosso. Saímos de Curitiba e passamos o primeiro dia em Manaus, deu para conhecer um pouco a cidade, o clima maluco e úmido, o Teatro Municipal, o mercado público, experimentar alguns sucos típicos e outras iguarias da região. Mas a melhor parte ainda estava por vir...




Antes de continuar vou explicar um pouco do pacote e do hotel que ficamos no meio da floresta. Escolhemos o Juma Amazon Lodge (ele aparece direto na televisão e a estrutura é realmente top!) e o legal é que eles têm um programa certinho e tudo é previamente planejado. Leva mais ou menos 4h para chegar ao hotel saindo de Manaus, e só a viagem de ida já vale cada centavo investido. A van do Juma Lodge busca os visitantes nos seus hotéis em Manaus e leva até o porto, onde um barquinho nos espera para fazer uma travessia até um vilarejo ali perto. E o melhor: durante esta travessia passamos pelo Encontro das Águas, quando o rio Negro, de água preta, e o rio Solimões, de água barrenta, se encontram. Lindo demais! Depois vem mais um percurso de camionete (com direito a uma parada para experimentar o Guaraná típico da região, que tem gosto de Guaraná Jesus) e, por último, outro trajeto de barco no meio da floresta para finalmente chegar ao Juma.


O hotel é em cima do rio, muito legal, como se fossem cabanas e a paisagem varia de acordo com a época do ano e a altura do rio. Quando fomos, em junho, ele estava bem alto. A estrutura do Juma Lodge é demais, todas as refeições estão inclusas e são deliciosas, não tem televisão, nem internet, não pega celular e não tem telefone, ou seja, você fica totalmente isolado do mundo. A energia elétrica só funciona durante a noite e o chuveiro é gelado. Tudo muito rústico e aconchegante. À noite, depois do jantar, eles têm música e uma sala de jogos e recreação para os visitantes. A maioria das pessoas dorme cedo, porque o programa começa cedo na manhã seguinte, então é importante estar descansado.

A programação do Juma Lodge varia de acordo com o número de dias que você vai ficar e os hóspedes são divididos em grupos, cada um com o seu guia. O nosso era o Cobra e ele era muito gente boa e engraçado! Lá, você faz tudo com o seu grupo e os horários são definidos, do café da manhã ao jantar, para evitar confusão, aglomeros e agilizar as coisas.






Ah! Antes que perguntem: siiiim, eu curti o passeio apesar do meu pavor gigantesco de aranhas. Mas claro que tinha que acontecer algo e logo no primeiro dia, senão não seria eu! Primeiro dia, meus pais em uma cabana mais distante, meus irmãos tomando banho de rio, eu pensei: vou tomar banho cedo e encarar de uma vez esse chuveiro gelado. Quando eu puxo a portinha pra entrar no box, sai uma aranha gigaaaaaante (menos, Mariana, era tamanho médio e não tinha pelos, mas na minha cabeça era uma daquelas tarântulas de 30 cm) subindo pela parede. Eu começo a gritar, dizer que vou embora (bem cena de filme), mas as duas barracas laterais tinham europeus e ninguém entendeu nada :/ Em resumo: fiquei quase 1h analisando a movimentação da aranha pela parede, chorando que nem retardada, até meus irmãos aparecerem e matarem aquela desgraça de oito patas. Passei os outros dias com trauma, dormindo de luz acesa (sim! hahaha) e olhando cada canto antes de tomar banho ou qualquer outra movimentação. O importante é que no final eu sobrevivi!

Voltando ao Juma Lodge: os passeios também já estavam definidos. Não lembro a ordem em que eles aconteceram, mas visitamos uma aldeia indígena, pescamos piranha (aqui tem outra história engraçada), caçamos jacaré à noite, fizemos trilha no meio da floresta, vimos o sol nascer e se por, tudo mágico! Aliás, acho que foi o pôr do sol mais lindo do mundo, empatado com o da Califa (aiiii Califa <3).


Agora vamos à história da piranha. No nosso grupo tinha uma família de Recife e eles eram muuuito chatos! Sabe aquelas pessoas que atrasam a excursão, ficam falando o tempo todo, atrapalham todo mundo pra bater foto... eram eles. Aí o barco parou no meio do rio, cada um com a sua varinha de pesca, o guia pedindo silêncio para não espantar os peixes e a mulher não calava a boca enquanto o guia explicava que, caso alguém pescasse uma, tinha que cuidar na hora de puxar a linha, porque a piranha vem nervosa e pode atacar todo mundo se não segurar da forma correta. E a sarna da mulher tagarelando, até que ela pescou uma piranha e puxou a vara com tudo. Agora pensem em um filme: aquela piranha pendurada na linha, na altura da cabeça de todo mundo, abrindo e fechando a boca, passando do lado das nossas orelhas, a mulher gritando, o guia tentando agarrar o peixe, todo mundo desesperado hahahahahaha até que o guia controlou a situação e disse que o hotel iria preparar a piranha pro nosso jantar, pra todo mundo experimentar. Aí, pra completar a situação, a querida da mulher quis bater uma foto com o peixe e DERRUBOU A PIRANHA NO RIO (uma salva de palmas pra ela). No final ficamos sem piranha, porque ela não fechou mais o bico e ninguém mais pescou nada! ¬¬



A noite que saímos caçar jacaré também foi muito legal. O grupo fica passeando de barco, devagar, procurando pelos jacarés. Precisamos ficar em silêncio (desta vez a chata da mulher colaborou) e quando avistamos um, os guias se enfiam no matagal pra pegar (siiiiim, bem assim). Já estávamos quase desistindo de pegar um, quando ele avistou um filhote numa beira do rio e, de repente (neste meio tempo ouvimos muito barulho, tipo briga de desenho animado, o guia no mato e o jacaré tentando escapar haha), ele aparece com o bicho na mão! Todo mundo bateu foto, encostou, ele devolveu o jacaré e fomos embora.


No dia que visitamos a aldeia indígena, eles contaram um pouco sobre o estilo de vida, mostraram o que eles produzem, compramos perfumes que eles mesmos fazem. Outra atividade interessante é a trilha no meio da floresta, entre aquelas árvores enormes, vendo os animais, as tocas de tarântulas, sendo picados por mosquitos (tá, parei), brincadeiras à parte, juro que é legal hahaha no final do passeio o guia fez alguns artesanatos com folhas e todo mundo entrou no clima.





No último dia, antes de voltarmos pra Manaus e a van nos deixar no aeroporto, acordamos às 5h da matina pra ver o sol nascer. Infelizmente aquele dia ficou nublado, mas o Cobra, nosso guia, levou um sol desenhado num papel e foi só risada!


Não faço ideia do valor deste tipo de viagem, imagino que não seja muito barato, mas vale muito a pena pela experiência, por conhecer a Floresta Amazônica, pelo contato com a natureza e pela paz. Outra coisa legal desta experiência é que você convive com gente do mundo inteiro. Quando estávamos hospedados tinha a gente, uma família de Recife e um casal do Rio de Janeiro de brasileiros, o resto eram pessoas de vários países, principalmente da Europa. É uma viagem que vale demais a pena e dá pra fazer tranquilo em um feriado prolongado. As paisagens são muito bonitas, a estrutura é bacana demais, eles recebem muito bem os visitantes, a comida é deliciosa e os passeios são inesquecíveis.


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